(John Keats)
Entre Fadas e Borboletas circulamos. Neste movimento transitório, inalterável, percorremos. Entre mistérios e paraísos lilases equilibramos. Entre matizes rosas e azuis voamos. E nos canteiros perfumados cultivamos. As flores mais lindas colhemos. Rosas vermelhas ou brancas exalamos. E nas manhãs de verão, nos amamos. (Paty Padilha)
sábado, 10 de novembro de 2007
A poesia nos deve surpreender pelo seu delicado excesso e não porque é diferente. Os versos devem tocar nosso próximo, como se ele tivesse lembrado algo que nas noites dos tempos já conhecia em seu coração. A beleza de um poema não está na capacidade que ele tem de deixar o leitor contente. A poesia é sempre uma surpresa, capaz de nos tirar a respiração por alguns momentos. Ela deve permanecer em nossas vidas como o pôr do sol: Algo milagroso e natural ao mesmo tempo.
(John Keats)
(John Keats)
Não tente me decifrar

Nem adianta tentar
meus segredos decifrar
eles são pura magia
e prontos pra te
encantar
Meus mistérios
são meus encantos
ebulição dos sentidos
sou o lenço que acolhe
o pranto
a paz que afaga o
sorriso.
Mulher que busca
o que deseja
e nada diz
estar perdido.
Talvez seja bruxa
dos sonhos
que lhe rodeiam
ou a mulher que
que o seus desejos
mapeiam...
Mas saiba:
Serei seu feitiço
seu querer
e seu adorado vício
E quando a lua surgir
Serei bruxa a lhe
seduzir
Mas quando o sol acordar
Serei a mulher a lhe
encantar...
E um anjo a lhe sorrir.
(Sirlei L. Passolongo)
Musa, Fada

Vestida de invólucro branco
coberta de aura dourada
caminha como pairando
desvelando a madrugada.
Translúcido é o vazio
que traz dentro da alma
quando tomada de surpresa
lhe é retirada a aparente calma.
Dentre tanta confusão
bate com presteza as asas
na esperança de quem busca
reacender o coração.
Em meio à floresta mágica
lá, onde fora encontrada
ígneo é o olhar de quem a descobre
e a chama de Musa, de Fada...
Recolhendo-se assustada
ouve a brisa a lhe dizer
- é o poeta, é o poeta
a permitir o amanhecer.
(Emy Margot Tápia Alvear)
Bosque das Fadas
O Segredo de Uma Fada

Um Fadinha me contou
Onde ficava sua casa
Era um ninho de cogumelos
No alto da Serra Amada
Ela me contou ainda
Que um dia feliz seria
Se me dispusesse todo dia
A sorrir como uma menina
Acreditei em sua benção
E sorri o tempo inteiro
Mesmo quando a vida teimava
Em querer me fazer chorar
E num dia de janeiro
Sorri para as flores de um canteiro
Recebi um sorrido de volta
E nunca mais precisei procurar
(Helena Kluiser)
Fadas Poesia
Foi assim que começou...

Sir James Matthew Barrie (Kirriemuir, Forfarshire, 9 de maio de 1860 — 19 de junho de 1937) foi um jornalista, dramaturgo e escritor de livros infantis escocês.
Barrie se tornou famoso com sua peça e história sobre Peter Pan (1904), o menino que vivia na Terra do Nunca, que travou batalhas com o Capitão Gancho e que jamais cresceria. O primeiro nome de Peter Pan foi, com quase certeza absoluta, tirado de Peter Llewellyn Davies (1897-1960), um dos irmão Davies que Barrie conheceu.
Quando o primeiro bebê riu pela primeira vez,o riso se despedaçou em milhares de partes e todas elas se espalharam, foram saltando. E assim nasceram as Fadas. (trecho de Peter Pan)

Aos mais dedicados amigos
Teu silêncio

A chama que arde e queima o meu ser
vaga sem destino pelo corpo rubro
o fogo brota, explode ao anoitecer
saboreio a volúpia, me descubro.
Teu silêncio é eterno, não acaba
teus olhos estão, ainda, dentro de mim
corpo incendeia, verte como água
alma inquieta que não entende o fim.
Rolo na cama, sorvo a madrugada
sinto teu cheiro, teu corpo exaurido
desejos talhados, incontidos gritos.
Viva, me entrego à alucinação
no teu colo, plena de amor-saudade
aqueço ausências, esqueço ilusões.
(Soninha Porto)
Apelo

Evoco as luas de netuno,
As flores fortes do deserto
Evoco as luzes de Oreom,
E as sombras do oculto incerto,
Evoco as rosas e aos anjos
As casas e aos bandoleiros
Evoco os faróis no mar
E um tiro certo morteiro.
Evoco uma canção tingida
Da cor de sonho e paixão
Evoca a essência da vida
Com sentimento e expressão.
Evoco a infância perdida
A lua triste esquecida
A sombra e a escuridão.
Evoco os donos da Terra
Que de tudo fazem guerra,
Que me aceite em oração,
Uma prece pelo amor,
Pela paz e pelo pão.
(Claudia Morett)
Sonho Vago

Um sonho alado que nasceu um instante,
Erguido ao alto em horas de demência
Gotas de água que tombem em cadencia
Na minha alma, tristíssima, distante...
Onde está ele o Desejado? O Infante?
O que há de vir e amar-me em doida ardência?
O das horas de mágoa e penitencia ?
O Príncipe Encantado? O Eleito? O Amante?
E neste sonho eu já nem sei quem sou
O brando marulhar de um longo beijo
Que não chegou a dar-se e que passou...
Um fogo-fátuo rútilo, talvez...
E eu ando a procurar-te e já te vejo!
E tu já me encontras-te e não me vês!
(Florbela Espanca)
A Deusa da minha rua

A Deusa da minha rua
Tem os olhos onde a lua
Costuma se embriagar
Nos seus olhos eu suponho
Que o sol num dourado sonho
Vai claridade buscar.
Minha rua é sem graça
Mas quando por ela passa
Seu vulto que me seduz
A ruazinha modesta
É uma paisagem de festa
É uma cascata de luz.
Infeliz na minha mágoa
Meus olhos são poços d'água
Sonhando com seu olhar
Ela é tão rica e eu tão pobre
Eu sou plebeu e ela é nobre
Não vale a pena sonhar.
(Newton Teixeira e Jorge Faraj)
Cerração
Breve Sonho

foi tão breve o sonho,
se fosse pesadelo, duraria.
o amor em sua cegueira,
que dizem proposital,
passa assim como os sonhos,
breve vento mortal.
e deixa tudo mexido,
tudo fora do lugar
deixa também o gemido
da dor de não mais ser
deixa tudo revolvido,
leva a vontade de viver.
o amor não devia
fazer a gente sonhar
para depois ir embora
quando um sol, parecia
de tanto que alumiava,
mas na verdade cegava.
todo mundo bem que dizia,
mas eu, cega como estava
nada via, só sonhava.
e quando dei por mim,
novamente anoitecia.
(Saramar)

Revelo o olhar irreveladono oposto do meu desgosto, onde dorme um sonho afogado, em tristes mágoas da seca de agosto.Libero meus pássaros prisioneiros de mim.Mais um pássaro de renda voando além do sim. Como reter um anjo que é livre como é a brisa?Um homem de peito aberto, vento alento na camisa. Liberto meu desejo e ele vaga entre as vagas convulsivas. Queria prende-lo nas mãos ansiosas, mas elas ja não vivas. Te liberto a fronte ao tempo, do meu fissurado anseiodo meu louco pensamento, do meu santo devaneio. De tamanho sentimento, da vontade desse enleio. Enquanto és livre, sou presa! Do desejo de prender-te, de ver ir quem nunca veio!
(Claudia Morett)
Tateando Caminhos

passo as mãos no rosto
debaixo da minha pele
quem é esse ser que me habita
tão envolto em penumbras
qual cigana em seus panos
que mulher é essa
fazendo de mim labirintos
como um peixe no oceano
passo as mãos no rosto
feito um louco em seu passado
e nem me decifro nem me devoro
abro a janela e bebo a manhã
em grandes goles.
(Roseana Murray)
Da Chegada do Amor

Sempre quis um amor
que falasse
que soubesse o que sentisse.
Sempre quis um amor que elaborasse
Que quando dormisse
ressonasse confiança
no sopro do sono
e trouxesse beijo
no clarão da amanhecice.
Sempre quis um amor
que coubesse no que me disse.
Sempre quis uma meninice
entre menino e senhor
uma cachorrice
onde tanto pudesse a sem-vergonhice
do macho
quanto a sabedoria do sabedor.
Sempre quis um amor cujo
BOM DIA!
morasse na eternidade de encadear os tempos:
passado presente futuro
coisa da mesma embocadura
sabor da mesma golada.
Sempre quis um amor de goleadas
cuja rede complexa
do pano de fundo dos seres
não assustasse.
Sempre quis um amor
que não se incomodasse
quando a poesia da cama me levasse.
Sempre quis uma amor
que não se chateasse
diante das diferenças.
Agora, diante da encomenda
metade de mim rasga afoita
o embrulho
e a outra metade é o
futuro de saber o segredo
que enrola o laço,
é observar
o desenho
do invólucro e compará-lo
com a calma da alma
o seu conteúdo.
Contudo
sempre quis um amor
que me coubesse futuro
e me alternasse em menina e adulto
que ora eu fosse o fácil, o sério
e ora um doce mistério
que ora eu fosse medo-asneira
e ora eu fosse brincadeira
ultra-sonografia do furor,
sempre quis um amor
que sem tensa-corrida-de ocorresse.
Sempre quis um amor
que acontecesse
sem esforço
sem medo da inspiração
por ele acabar.
Sempre quis um amor
de abafar,
(não o caso)
mas cuja demora de ocaso
estivesse imensamente
nas nossas mãos
.
Sem senões.
Sempre quis um amor
com definição de quero
sem o lero-lero da falsa sedução.
(Elisa Lucinda)
Canção da Tua Chegada

Este fogo, esta fonte,
Esta noite de insônia:
Teus panos na cama
Teus passos na casa
Tua voz ao meu lado.
Meu bem que viaja
Num mundo tão outro
E está no meu peito
E alumia estas dores
Me povoa, me coroa
Me leva na sua escuna,
Me define, me redime
Me inventa e desinventa
Que corre comigo
Que comigo deita
Comigo viaja
Na casa no vento
No fogo da fonte
No quarto que é o mundo
(Lya Luft)
Gata Doméstica

Sou gata doméstica,
mas livre e indolente,
completamente,
independente,
sem posse, sem dono,
sem coleira,
sem patrão.
Sou cria das bruxas,
felina e ferina,
melhor amiga do homem
- o meu!
Pior adversária do engano,
sou pacata,
gata mimada,
bichana indefesa,
temível tigresa,
de unhas mortais,
de beijos fatais.
Sou tudo e sou nada,
sou maga e amada,
vadia danada,
miando no cio,
teu fogo e pavio,
teu ego e espelho,
teu medo e teu erro.
Sou negra de pelo,
vermelha - que sangro -
de útero vasto,
meu corpo, teu pasto,
meu grito, teu nome,
teu osso, minha fome!
(Lílian Maial)
De Lua

Me desvende...
Tente!
Sou misteriosa e surpreendente.
Como a lua
Ás vezes sou minha
Em outras sou tua.
O que vês é superficial
É um nada
Perto da essêscia profunda da minha alma.
Me vê de relance
Podes achar que estou ao teu alcance.
Que sou mais uma para desvendar
Para seduzir e depois cansar...
Pois não sou assim como me pintas
Sou comum, sou normal.
Também sou Deusa e fatal
Mas quando quero
Não todo momento.
E pra quem eu quero.
Ás vezes fico por baixo
Mas adoro ficar por cima.
Sou fêmea, sou igual.
Também escolho
Sei do bem
Sei do mal.
Sou meiga
Sou mortal.
(Carolina Salcides)
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Carolina Salcides
La Femme
Hora da estrela

"Maria bonita
Bonita menina
Rasga a vida
Página por página
Vai tirando as pedras
Dos caminhos
Em cada rota,uma ruga
Traçando em sua pele
Uma história
De lutas
E de glórias
São tantas Marias
Anas, Cecílias
E uma mesma dor
Contornando seus pés
Exaustos, sofridos
Delicados e firmes
Em todas elas
Uma mesma fé
Palavra também feminina
E,como todas as meninas,
Ela,carrega a força da mulher
Fé menina
Transforma-se em
Feminina mulher
Florindo desertos
Perfumando
Os caminhos incertos
Descobrindo o prazer
No caos de concreto
E fazendo acontecer
A sua hora de estrela
Como uma certa Clarice...
Clareando nossa alma
Infinita e feminina lua..."
(Raiblue)
Bate a chuva

A chuva mansa bateu
cedo na minha janela,
Ela veio me encantar
Trazendo pingos para meu olhar...
Sua cantiga nem sempre é igual,
canta a chuva lá no meu quintal
e com música peculiar
mais parece cantiga de ninar...
Da vidraça vejo lágrimas escorrer
São gotas que brilham
No verde do teu olhar...
E a chuva lava os telheiros
E lava as ruas e avenidas,
A chuva lava a alma
Limpando sua ferida...
Bate chuva, bate no meu quintal
Limpa tudo direitinho
Molha flores, árvores e jardins
Molha minha tristeza
Levando embora de mim...
(Marta Peres)
Amor


Meu amor!
Com você...
Conheci o significado
Do amor
Nos seus braços
Encontrei a tão sonhada paz!
No seu beijo
O desejo de querer-te
Cada vez mais
Na sua doce presença
Compreendi a razão da
Existência
Com você ...
Conheci um mundo
Iluminado
Aprendi a ver o encanto
Das flores
A magia de um céu
Estrelado
No seu sorriso
A cura para todas
As minhas dores
Com você
Aprendi a sorrir
O mais puro de todos
Os risos
Descobri que não há
Sinônimo,
Entre o amor e o paraíso!
(Sirlei L. Passolongo)
Um Sentimento


E talvez eu estivesse a correr;
No escuro pra tentar fugir de mim;
E pra tentar sobreviver;
A essa dor que está a me consumir;
Quero sentir.
Quero sentir que você está ao meu lado;
E poder dizer;
Que por você sempre fui;
Um alguém que por você;
Sempre foi apaixonado.
Você merece muito mais;
De tudo o que eu tenho a lhe mostrar;
E nesses últimos dias que estamos distantes;
Sinto a sua falta constante;
Em meu coração.
E não há nada que eu vá falar;
E não há nada que me faz rir ou faz chorar;
Quero apenas ter você aqui;
Pra poder te mostrar que existe.
Um sentimento maior do que o mar;
Um sentimento que me faz rir e faz chorar;
Algo que me traz a dor;
Com tua ausência;
Esse é o meu amor...
(Hugo Gonçalves Costa)
Amigo Aprendiz

Quero ser o teu amigo.
Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, transmitir-lhe paz.
É bonito ser amigo,
mas confesso é tão difícil aprender!
Por isso é preciso paciência e vale a pena ter.
Pois apesar da distância ou dificuldade,
Restará no coração apenas a verdadeira amizade
(Fernando Pessoa)
Nostalgia

Nesse País de lenda, que me encanta,
Ficaram meus brocados, que despi,
E as jóias que plas aias reparti
Como outras rosas de Rainha Santa!
Tanta opala que eu tinha! Tanta, tanta!
Foi por lá que as semeei e que as perdi...
Mostrem-se esse País onde eu nasci!
Mostrem-me o Reino de que eu sou Infanta!
Ó meu País de sonho e de ansiedade,
Não sei se esta quimera que me assombra,
É feita de mentira ou de verdade!
Quero voltar! Não sei por onde vim...
Ah! Não ser mais que a sombra duma sombra
Por entre tanta sombra igual a mim!
(Florbela Espanca)
Para ser mulher
É ela...

É essa que me doma, me encanta e domina
Com seu jeito fagueiro que só ela tem
E fez a minha alma se tornar refém
Da sua dominante essência feminina.
E se ela se ausente eu morro de saudades
Sentindo-me perdido, sem foco e sem rumo,
Morrendo de ciúmes, dentro de mim sumo
E mergulho no mar das adversidades.
Eu sou apenas dela e ela somente minha,
Trata-me como um rei e eu fiz dela rainha,
Cultivando o seu ser incólume num andor
E viverei sem água, fraco e desnutrido...
Porém o meu viver perderá o sentido
No dia que eu deixar de ser o seu amor.
(Nizardo Wanderley)
Possua...

Um coração que nunca endureça,
Uma emoção que nunca pressione,
Um toque que nunca magoe.
Um carinho que nunca envelheça,
Uma doçura que não estacione,
Um coração que, por vezes, perdoe.
Uma paixão que não enfraqueça,
Um prazer que nunca relaxe,
Um silêncio que nunca destoe.
Uma verdade que nunca encareça,
Um medo que não ameace,
Uma tristeza que não amontoe.
Uma amargura que não amanheça,
Uma alegria que nunca entristeça.
Uma fantasia que não voe.
Uma felicidade que não empobreça,
Um desejo que nunca se apague,
E um amor que te abençoe...
(Charles Dickens)
Lágrimas Ocultas

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida ...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago ...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim ...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
(Florbela Espanca)
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