
Entre Fadas e Borboletas circulamos. Neste movimento transitório, inalterável, percorremos. Entre mistérios e paraísos lilases equilibramos. Entre matizes rosas e azuis voamos. E nos canteiros perfumados cultivamos. As flores mais lindas colhemos. Rosas vermelhas ou brancas exalamos. E nas manhãs de verão, nos amamos. (Paty Padilha)
sexta-feira, 18 de abril de 2008

A raiz do mal reside no facto de se insistir demasiadamente que no êxito da competição está a principal fonte da felicidade.
Não nego que o sentimento do triunfo torna a vida mais agradável.
Um pintor, por exemplo, que viveu obscuramente na juventude, decerto se sentirá feliz se o seu talento acabar por ser reconhecido.
Não nego também que o dinheiro, até um certo limite, é capaz de aumentar a felicidade; para lá desse limite, julgo que não.
O que eu afirmo é que o êxito só pode ser um dos vários elementos da felicidade e que é demasiado o preço pelo qual se obtém se a ele se sacrificam todos os outros.
Bertrand Russell

(...)
A saudade invadiu o meu ser e foi como uma chama ardente a me queimar
Como o silêncio que entrecortava os momentos que tínhamos para amar
Fazendo-me virar um frágil cristal.
Aos poucos, foram aparecendo recordações,
segredos eternos, alegria e inquietações,
que em minha vida nunca terão um ponto final.
(Cid Jauhar)

O espírito do poeta flutua e dança
nas ondas da vida em meio às vozes do
vento e da água.
Agora, quando o sol se escondeu e o
céu escurecido se arrasta por sobre
o mar, como lânguidos cílios sobre
olhos cansados, é tempo de arrebatar-lhe
a pena e deixar seus pensamentos baixar
ao fundo do abismo em meio ao eterno
segredo desse silêncio.
(R.TAGORE)
Leilão de jardim

Quem me compra um jardim com flores?
Borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(Este é o meu leilão.)
Cecília Meireles

Inventa a eternidade na simples comoção de olhar uma estrela.
Basta que a olhes pela primeira vez,
depois de a teres olhado inúmeras vezes.
E, então, não precisarás de nenhum Deus
que te ponha a mão no ombro e diga "estou aqui".
Uma estrela espera-te desde toda a eternidade.
Procura-a.
E vê se a não perdes durante a vida inteira.
A tua estrela pode não estar no céu.
Põe-na lá.
(Vergilio Ferreira)
Outono...
Menina

Não precisa ficar com ódio até crescer, quando ele abrir a porta e com mãos adultas esmagar seus sonhos de criança, haverá no gesto delas o desespero de um adulto tentando abrir com força uma caixinha de música, que nunca mais tocou ao seu coração rude. Não vê como bravo, ele está triste, procurando a infância dentro de você? Não vê como os seus braços, violentos, apertam tanto, tanto... querendo abraçar? Não vê como seus olhos duros estão querendo chorar? Vem, moço, vem brincar no balanço e no gira-gira. Vem ver a pequenina bailarina rodar.
Rita Apoena
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