
Entre Fadas e Borboletas circulamos. Neste movimento transitório, inalterável, percorremos. Entre mistérios e paraísos lilases equilibramos. Entre matizes rosas e azuis voamos. E nos canteiros perfumados cultivamos. As flores mais lindas colhemos. Rosas vermelhas ou brancas exalamos. E nas manhãs de verão, nos amamos. (Paty Padilha)
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Do amoroso esquecimento

De noite, amada, amarra teu coração ao meu
e que eles no sonho derrotem
as trevas como um duplo tambor
combatendo no bosque
contra o espesso muro das folhas molhadas.
Noturna travessia, brasa negra do sonho.
Interceptando o fio das uvas terrestres
com pontualidade de um trem descabelado
que sombra e pedras frias sem cessar arrastasse.
Por isso, amor, amarra-me ao movimento puro,
à tenacidade que em teu peito bate.
Com as asas de um cisne submergido,
para que as perguntas estreladas do céu
responda nosso sonho com uma só chave,
com uma só porta fechada pela sombra.
(Pablo Neruda)
Mais tarde
Alucinação

"Eu não stou interessado em nenhuma teoria
em nenhuma fantasia , nem no algo mais
a minha alucinação é suportar o dia a dia
meu delírio e experiência é com coisas reais...
Mas eu não estou interessado em nenhuma teoria,
Em nenhuma fantasia, nem no algo mais
Longe o profeta do terror que a laranja mecânica anuncia
Amar e mudar as coisas me interessa mais
Amar e mudar as coisas, amar e mudar as coisas me interessa mais."
(Belchior)
Rumi, o místico do amor

Em Nome de Deus, O Clemente, O Misericordioso!

Jalal al-Din Mohammad Ibn Mohammad Ibn Mohammad Ibn Husain Al Rumi
Al Rumi
Neste ano se celebram 800 anos de nascimento de Jalal ud-Din Rumi (1207-1273), o maior dos místicos islâmicos e extraordinário poeta do amor. Nasceu no Afeganistão, passou pelo Irã e viveu e morreu em Konia na Turquia.
Era um erudito professor de teologia, zeloso nos exercícios espirituais. Tudo mudou quando se encontrou com a figura misteriosa e fascinante do monge errante Shams de Tabriz. Como se diz na tradição sufi, foi "um encontro entre dois oceanos". Esse mestre misterioso iniciou Rumi na experiência mística do amor. Seu reconhecimento foi tão grande que lhe dedicou todo um livro com 3.230 versos o Divan de Shams de Tabriz. Divan signfica coleção de poemas.
A efusão do amor em Rumi é tão avassaladora que abraça tudo, o universo, a natureza, as pessoas e principalmente Deus. No fundo trata-se do único movimento do amor que não conhece divisões, mas que enlaça todas as coisas numa unidade última e radical tão bem expressa no poema Eu sou Tu : "Tu, que conheces Jalal ud-Din (nome de Rumi). Tu, o Um em tudo, diz quem sou. Diz:eu sou Tu". Ou o outro:" De mim não resta senão um nome, tudo o resto é Ele".
Essa experiência de união amorosa foi tão inspiradora que fez Rumi produzir uma obra de 40.00 versos. Famosos são o Masnavi (poemas de cunho reflexivo-teológico), Rubai-yat (Canção de amor por Deus) e o já citado Divan de Tabriz.
Próprio da experiência místico-amorosa é a embriagues do amor que faz do místico um "louco de Deus" como eram São Francisco de Assis, Santa Tereza d’Ávila, Santa Xênia da Rússia e também Rumi. Num poema do Rubai’yat diz: "hoje eu não estou ébrio, sou os milhares de ébrios da terra. Eu estou louco e amo todos os loucos, hoje".
Como expressão desta loucura divina inventou a sama a dança extática. Trata-se de dançar girando em torno de si e ao redor de um eixo que representa o sol. Cada dervixe girante, assim se chamam os dançantes, se sente como um planeta girando ao redor do sol que é Deus.
Dificilmente na história da mística universal encontramos poemas de amor com tal imediatez, sensibilidade e paixão que aqueles escritos pelo islâmico Rumi. É como uma fuga de mil motivos que vão e vêm sem cessar. Num poema de Rubai-yat canta: "Tu, único sol, vem! Sem Ti as flores murcham, vem!. Sem Ti o mundo não é senão pó e cinza. Este banquete e esta alegria, sem Ti, são totalmente vazios, vem!".
Um dos mais belos poemas, por sua densidade amorosa, me parece ser este, tirado do Rubai’yat: "O teu amor veio até meu coração e partiu feliz. Depois retornou, vestiu a veste do amor, mas mais uma vez foi embora. Timidamente lhe supliquei que ficasse comigo ao menos por alguns dias. Ele se sentou junto a mim e se esqueceu de partir".
A mística desafia a razão analítica. Ela a ultrapassa porque expressa a dimensão do espírito, aquele momento em que o ser humano se descobre a si mesmo como parte de um Todo, como projeto infinito e mistério abissal inexprimível. Bem notava o filósofo e matemático Ludwig Wittgenstein na proposição VI de seu Tractatus logico-philosophicus:"O inexeprimível se mostra, é o místico". E termina na proposição VII com esta frase lapidar: "Sobre o que não podemos falar, devemos calar". É o que fazem os místicos. Guardam o nobre silêncio ou então cantam como fez Rumi, mas de um modo tal que a palavra nos conduz ao silêncio reverente.
(Leonardo Boff)

Quem pode ordenhar uma nuvem?
Quem pode sequer alcançá-la
Senão, talvez, que a própria nuvem
Nos facilite a ascensão?
Como pode o não-existente
Tramar sua chegada ao ser?
É a bondade de Deus que concede
Existência ao que não existe.
(...)
é pela humildade que a água derrota o fogo:
uma se prosta, enquanto o outro se levanta.
Quando os lábios se calam,
O coração fala uma centena de línguas.
(Rumi)
Oração Iroquesa (século XX)

Damos graças à nossa mãe, a Terra
que nos sustenta.
Damos graças aos rios e riachos,
que nos suprem de água.
Damos graças a todas as ervas,
que nos fornecem remédios para curar doenças.
Damos graças ao milho e suas irmãs,
as leguminosas e aboboreiras,
que nos concedem vida.
Damos graças ao vento,
que deslocando o ar,
afasta as doenças.
Damos graças à Lua e às estrelas,
que nos cedem sua luz quando o Sol vai embora.
Damos graças ao Sol,
que dirigiu para a Terra seu olhar benéfico.
Finalmente, damos graças ao Grande Espírito,
que personifica toda a bondade
e que direciona todas as coisas para o bem de seus filhos.
Preciso é o Natal

Grandioso Deus
Protetor da humanidade
E de todos os natais
Permite-nos agir
Com solidariedade
E com os estimados
dons
Dê-nos a oportunidade
De ouvir os nossos
sons,
Espalhando seus
sinais.
Que ao ouvirmos
O badalar dos sinos
Deixemos nos
embalar
Por sentimentos
de amor
E os mais lindos
hinos...
É chegado a hora
de ternura,
Da graça, do amor,
e luz...
Devemos usar
Nossas comemorações
Em favor das almas
Que fazem jus
Ao dignificar o pulsar
De todos corações.
Devemos reforçar
ainda mais
Os fraternos laços
Ao escrever
ou desejar
Aos nossos amigos
Um feliz Natal
Dando vários
abraços
Em justa homenagem
Ao nascimento
de Jesus
Que é portador
da paz
E ao bom caminho
nos conduz.
(Tancredo AP Filho)

...aprendemos acerca dessa natureza mais sombria quando aceitamos o fato de que o mundo não é lindo, de que chances são perdidas, de que oportunidades surgem inesperadamente, de que os ciclos da vida-morte-vida prevalecem, quer queiramos quer não. No entanto, se vivermos como respiramos, inspirando e soltando, não poderemos errar."
(C. P. Estés)
Os Signos do Zodíaco

Os signos são doze sinais no céu, nos quais a alma se abastece. Você tem os doze signos em seu mapa astrológico, independente do dia em que você nasceu. Confira o significado dos signos e entenda o recado que cada um deles envia para a sua vida.
Zodíaco (do grego, ‘’zoon’’, ou animal) é uma faixa imaginária do firmamento celeste que inclui as órbitas aparentes da Lua e dos planetas Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão. As divisões do zódiaco representam constelações na astronomia e signos na astrologia
SIGNOS...

LIBRA
Lei e Equilíbrio - vale quanto pesa.

Mistério e Transformação - da lagarta à borboleta.

Elevação e Transcendência - a seta e o alvo.

Totalidade e Sedimentação - o todo está em tudo.

AQUÁRIO
Liberdade e Fraternidade - o ser é igual ao universo.

PEIXES
Fé e Unificação - a gota do mar.
Se tudo existe

Se tudo existe é porque sou.
Mas por que esse mal estar?
É porque não estou vivendo do único modo
que existe para cada um de se viver e nem sei qual é.
Desconfortável.
Não me sinto bem.
Não sei o que é que há.
Mas alguma coisa está errada e dá mal estar.
No entanto estou sendo franca e meu jogo é limpo.
Abro o jogo.
Só não conto os fatos de minha vida:
sou secreta por natureza.
O que há então?
Só sei que não quero a impostura.
Recuso-me.
Eu me aprofundei mas não acredito em mim porque meu pensamento é inventado.
(Clarice Lispector)

Quero descolorir tua alma
só pra te pintar de novo
em cores e tons
que sei
que vai gostar.
No azul, um azul infinito
No vermelho, um mar de emoções
No amarelo, todo teu brilho
No verde, tua força explosão
Em todas as cores
há um pouco de ti
tuas nuances
são tantas
que demoro
a perceber
que mesmo sem cores
mil cores há em você.
No final não importa
se uma ou mil cores
saem de ti
por que do jeito
que tu brilhas
ofusca a visão
de quem há vê
Então misturo as cores
e jogo tudo em você
cada cor sabe o caminho
o lugar pra se esconder
sendo dentro do teu peito
só um pontinho vai ficar
é onde eu apareço
com minha cor
pra em você, me misturar.
(Edgar Radins)
As mãos do meu Pai

As tuas mãos têm grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já da cor da terra
-como são belas as tuas mãos pelo quanto lidaram,
acariciaram ou fremiram da nobre cólera dos justos...
Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,
essa beleza que se chama simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam nos braços da
tua cadeira predileta,
uma luz parece vir de dentro delas...
Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente, vieste
alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento?
Ah! como os fizeste arder, fulgir, com o milagre das tuas mãos!
E é, ainda, a vida que transfigura as tuas mãos nodosa...
essa chama de vida - que transcende a própria vida
...e que os Anjos, um dia, chamarão de alma.
(Mário Quintana)

Escuto mas não sei
Se o que ouço é silêncio
Ou deus
Escuto sem saber se estou ouvindo
O ressoar das planícies do vazio
Ou a consciência atenta
Que nos confins do universo
Me decifra e fita
Apenas sei que caminho como quem
É olhado amado e conhecido
E por isso em cada gesto ponho
Solenidade e risco
(Escuto - Sophia de Mello Breyner Andresen)
Cárcere Ideológico
Ser FELIZ é
O sonho e a realidade

Embarcamos nas asas do sonho, esperando que um dia haja a sua realização.
Sonhamos, sonhamos muito, e por vezes, esquecemos a realidade acontecendo...
Empenhamos alguns esforços, mas continuamos sonhando, sempre sonhando...
O sonho fala mais alto, tem jeito mais bonito, embebeda a alma, anestesia o corpo.
A realidade é tão diferente! Crua, escancarada, sem ornamento.
Mas, ela é quem comanda os atos,organiza a vida, dispõe do nosso destino.
O sonho e a realidade devem sempre caminhar lado a lado, na mesma proporção, em perfeito equilíbrio.
É difícil haver essa combinação, é preciso que haja muito empenho e força de vontade, pois nós simples seres humanos,agimos de forma complicada.
Precisamos aprender a simplificar a vida, sonhar e agir com mais coerência.
Basta querer e tentar!
(AD)
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