Entre Fadas e Borboletas circulamos. Neste movimento transitório, inalterável, percorremos. Entre mistérios e paraísos lilases equilibramos. Entre matizes rosas e azuis voamos. E nos canteiros perfumados cultivamos. As flores mais lindas colhemos. Rosas vermelhas ou brancas exalamos. E nas manhãs de verão, nos amamos. (Paty Padilha)
segunda-feira, 2 de junho de 2008
...A liberdade não se veste bem, não tem bons modos, não liga para que os outros vão dizer, Ser absolutamente livre tem um ônus que poucos se atrevem a pagar.
Martha Medeiros
A mulher é poesia divina em movimento, quando interajo com esta mística criatura e libertados são meus cinco sentidos, viajo pelo mundo da magia e acontece o milagre da materialização em versos de meu pensamento.
Valter Montani
"Entretanto sou incapaz de dizer o que é que eu quero, apesar de ansiar pelo que espero de alguma forma secreta. Pois muitas vezes, e com freqüência cada vez maior, a medida que o tempo passa, dou comigo de repente a interromper minhas andanças, como se eu fosse paralisada por um olhar estranho e novo sobre a superfície da terra que conheço tão bem. Um olhar que insinua alguma coisa; mas que se vai antes de eu perceber seu sentido. É como se um riso nunca visto furtivamente se estendesse num rosto bem conhecido; por um lado dá medo, no entanto por outro ele nos faz um sinal." (Contos Completos – O diário de Mistress Joan Martyn)
O poema quieto, Conformado no silêncio Da folha que o prendia em linhas. Sem saber como deixar de ser letras Pousadas ali, tão seletas.
Precipita-se em retalhos E como pássaros recortados Antecipa meu olhar no talho. Meu desejo ousa vôo, Reconta o sentido Do verso emissário.
Gira piruetas na folha, Inventando sentidos A sua existência de verso. Num sopro desfaz-se a linha, Pousando de novo se alinha No que a mão do poeta continha.
Aflição de ser eu e não ser outra. Aflição de não ser, amor, aquela Que muitas filhas te deu, casou donzela E à noite se prepara e se adivinha Objeto de amor, atenta e bela. Aflição de não ser a grande ilha Que te retém e não te desespera. (A noite como fera se avizinha.) Aflição de ser água em meio à terra E ter a face conturbada e móvel. E a um só tempo múltipla e imóvel Não saber se se ausenta ou se te espera. Aflição de te amar, se te comove. E sendo água, amor, querer ser terra.