Entre Fadas e Borboletas circulamos. Neste movimento transitório, inalterável, percorremos. Entre mistérios e paraísos lilases equilibramos. Entre matizes rosas e azuis voamos. E nos canteiros perfumados cultivamos. As flores mais lindas colhemos. Rosas vermelhas ou brancas exalamos. E nas manhãs de verão, nos amamos. (Paty Padilha)
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Mesmo o que sabes, sabes que não sabes, do não-saber que é ter sabido outrora. Jorge de Sena
Quero fazer amor só com você o amor do jeito que você quiser O amormania pelo amor de ser amado por você deusa e mulher
Pode ser nas estrelas ou na lua de pele nua numa flor qualquer amor secreto como o sol na rua onde sentir meu cio me couber
Amor sacro de súbito profano nas relvas do luar e à lua acesa amor vino de rosa amor cigano amor e mito de mulher e deusa
Só por você eu quero ser amado do jeito como o seu amor quiser Tal como faz o ser desesperado de amor cigano por uma mulher (A Estebanez)
Tira-me a luz dos olhos - continuarei a ver-te Tapa-me os ouvidos - continuarei a ouvir-te E, mesmo sem pés, posso caminhar para ti E, mesmo sem boca, posso chamar por ti.
Arranca-me os braços e tocar-te-ei Com o meu coração como com uma mão... Despedaça-me o coração - e o meu cérebro baterá E, mesmo que faças do meu cérebro uma fogueira, Continuarei a trazer-te no meu sangue. (Rainer Maria Rilke)
A profunda harmonia entre ela e o mundo - uma harmonia difícil, instável, porque ela insistia sempre em viver com rigor, com uma atenção que não afrouxava nunca, mesmo quando dormia - o rigor, por exemplo, com que domava ou desmanchava os sonhos, obrigando-se a lembrá-los, obrigando-os a saltar por dentro de arcos incendiados, as flores imaginadas formando finalmente um ramo, as flores de sombra, de sol, de areia, domar o vento, aprender a cavalgar o vento, pôr um risco de azul a contornar o mar, a dura acrobacia do seu corpo, ao mesmo tempo solto e geométrico, os difíceis exercícios interiores, os saltos mortais de olhos vendados sobre um fio de arame estendido entre o possível e o impossível. (Teolinda Gersão)