
Se me quiseres,
deite-se em minha margem
e sorva em pequenos goles
cada gota de minha nascente.
Queira-me tão intensamente,
anule meus quereres mais profundos,
sobressaia-se às minhas
infindas e doloridas recusas.
Mantenha-se firme
a penetrar minhas águas.
Minha margem à tua margem
se encontrarão um dia.
Ainda que eu recuse a doar-me,
ignore meus apelos.
Lambe-me as feridas úmidas
que escorrem de meus anoiteceres vazios.
Se me quiseres
e apenas
se me quiseres,
mantenha-se à margem.
(Cida Sousa)
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