sábado, 1 de dezembro de 2007


Longe de ti sao ermos os caminhos,
Longe de ti nao ha' luar nem rosas,
Longe de ti ha' noites silenciosas,
Ha' dias sem calor, beirais sem ninhos!

Meus olhos sao dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham maos cariciosas,
Tuas maos doces, plenas de carinhos!

Os dias sao Outonos: choram... choram...
Ha' crisantemos roxos que descoram...
Ha' murmurios dolentes de segredos...

Invoco o nosso sonho! Estendo os bracos!
E ele e', o' meu Amor, pelos espacos,
Fumo leve que foge entre os meus dedos!...
(Florbela Espanca)

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