sábado, 19 de janeiro de 2008

O Relógio e eu


Quando a manhã acorda
e o som da vida
se anuncia lá fora
Fico a desejar
que o sol demore

Quase imploro
ao relógio
que não mova
os ponteiros
pra ter você
mais um pouco
me impregnar
do teu cheiro
e te sentir em mim
o dia inteiro

E a manhã
de sol se veste
a cidade
toda desperta
te vejo partir em silêncio
a saudade...
No peito aperta

quase imploro
ao relógio
que mova
ligeiro os ponteiros
transforme as horas
em segundos
leve o sol
pr’outro lado
do mundo
Pra de novo
sentir teu cheiro
e reconquistar
minha lucidez...

Mas o relógio e eu
não nos entendemos
desejo
que ele pare
outra vez.
(Sirlei L. Passolongo)

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