Entre Fadas e Borboletas circulamos. Neste movimento transitório, inalterável, percorremos. Entre mistérios e paraísos lilases equilibramos. Entre matizes rosas e azuis voamos. E nos canteiros perfumados cultivamos. As flores mais lindas colhemos. Rosas vermelhas ou brancas exalamos. E nas manhãs de verão, nos amamos. (Paty Padilha)
quarta-feira, 29 de abril de 2009
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Eu tenho pena da lua!
Tanta pena, coitadinha,
Quando tão branca, na rua
A vejo chorar sozinha!...
As rosas nas alamedas,
E os lilases cor de neve
Confidenciam de leve
E lembram arfar de sedas...
Só a triste, coitadinha...
Tão triste na minha rua
Lá anda a chorar sozinha...
Eu chego então à janela:
E fico a olhar para a lua...
E fico a chorar com ela!...
Florbela Espanca
terça-feira, 21 de abril de 2009
segunda-feira, 20 de abril de 2009
sábado, 18 de abril de 2009
Boa noite e bons sonhos!

Em colcha florida
Me deitei.
Pássaros pintados
Escutei.
Grinaldas nos ares
Contemplei.
Da morte e da vida
Me lembrei.
Dias acabados
Lamentei.
(Flores singulares
Não bordei.
A canção trazida
Não cantei.
Naveguei tormentas pelos quatro lados.
Não as amansei!
Ó grinaldas, flores, pássaros pintados,
Como dormirei?)
Cecília Meireles

A Bagagem do Poeta
Um poeta arruma a bagagem:
O circo que carrega desde
A mais longínqua infância.
Com sua lona furada,
Por onde choviam estrelas cadentes.
Dentro da maleta
Uma bailarina e três segredos,
Guardados
No fundo da sapatilha esgarçada;
O mago e o dicionário de palavras
Mágicas, quase inexistentes;
Um acrobata e a escada do vento
Para subir nos telhados
E colher vagalumes.
Roseana Murray
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Feliz fim de semana!

Cartas imaginárias
Rita Apoena
Querida Teresinha,
Quanto tempo a gente leva para repousar os olhos nas pessoas ao nosso redor?
E ir deslizando pelos pequenos detalhes, na beleza não manifesta e, ao mesmo tempo, ofuscante? Quanto tempo a gente leva para repousar os olhos nos olhos do outro, sem qualquer pressa, sem procurar ali dentro o próprio reflexo? Foi esses dias, Teresinha, eu aninhei as mãos de minha avó por dentro das minhas, encostando o meu rosto em seus dedos tão frios, como se ela tivesse acabado de nascer em seu corpinho já envergado pelo tempo e marcado pelos dias. Naquele segundo, eu entendi que nada era mais urgente, nem mais importante, do que ouvir a minha avó reaprendendo a falar... e que eu sequer começaria a ver alguém - além de mim mesma - se não pudesse enxergar as pessoas para as quais olhei a vida inteira.
Rita Apoena
Querida Teresinha,
Quanto tempo a gente leva para repousar os olhos nas pessoas ao nosso redor?
E ir deslizando pelos pequenos detalhes, na beleza não manifesta e, ao mesmo tempo, ofuscante? Quanto tempo a gente leva para repousar os olhos nos olhos do outro, sem qualquer pressa, sem procurar ali dentro o próprio reflexo? Foi esses dias, Teresinha, eu aninhei as mãos de minha avó por dentro das minhas, encostando o meu rosto em seus dedos tão frios, como se ela tivesse acabado de nascer em seu corpinho já envergado pelo tempo e marcado pelos dias. Naquele segundo, eu entendi que nada era mais urgente, nem mais importante, do que ouvir a minha avó reaprendendo a falar... e que eu sequer começaria a ver alguém - além de mim mesma - se não pudesse enxergar as pessoas para as quais olhei a vida inteira.
Animais da Fazenda do Tio Zeca

Na fazenda do tio Zeca,
Tem animal de todo tipo.
Tem cavalo apressado,
Que fica correndo pelo pasto,
Com as patas no ar,
Parece até que vai voar.
Tem galo, metido a artista.
Fica cantando o dia inteiro
Estufando o peito,
E ele leva o maior jeito!
Tem cachorro engraçadinho,
Alegre e bem agitado
Que nunca fica parado.
Tem gato esperto e ligeiro,
Que fica em cima na janela
De olho no assado de berinjela.
Tem até ave de rapina.
Uma águia rápida como o vento,
Sempre com olhar atento.
Tem macaco com o cipó na mão
Se joga pra lá, se joga pra cá,
E não cai no chão.
Tem uma pequenina borboleta,
Que bate as asas com leveza,
E voa! Voa que é uma beleza!
Paty Padilha
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Fases

a
...lua
..........minguante
...........................de
.................................tédio
ficou
.........cheia
...................de
........................razão
subiu
..........no
...............salto
numa
..........crescente
..........................vida
.................................nova
Cláudia Gonçalves

Não estou falando de um mundo cor-de-rosa ou de pessoas perfeitas, sempre prontas para nos acolher, amar, caminhar ao nosso lado. Não falo disso, mas da tristeza nos olhos de quem vira as costas e a gente não vê. A beleza por dentro de um peito encouraçado que a gente não sente. A solidão de quem afasta um amor e se deita em camas tão frias. É do instante quando os olhos se perdem no nada e nenhuma mentira é capaz de enganar si mesmo. É desse instante solitário, desse instante sem abraço, que eu digo. Todo mundo vai virar as costas ou dizer que merece coisa melhor ou debochar das mentiras que eles contaram... mas a gente pode sempre voltar e acolher com amor, ser os primeiros a começar.
Afinal, se a hostilidade do mundo despertar a nossa, quem vai ser o primeiro a sorrir?
Rita Apoena
quinta-feira, 9 de abril de 2009
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Rosa vermelha
Quero amigos ...
Carta

(“As cartas de amor são ridículas...” Fernando Pessoa)
Ouso dizer-te, meu amor,
que tua ausência é uma mesma carência de mim.
Nossos eus se emaranham e já não sei em
que ponto me quedo, em que ponto te levantas.
A que limite sou eu que te busco, ou tu que me alcanças?
Quando prosa ritmada, quando verso sem pé? Faca ou colher?
Abissal ou vazante de maré? Quando manha, quando ferida?
Onde pecado, onde pudor? Em que berço com teus sonhos me deito?
Com meus sonhos te despertas em que leito?
Cara ou metade? Lucidez ou enfermidade?
Se resquício de ti, se memória de mim, já o que importa?
Onde defeito , onde um querer-te assim mais que perfeito, sem fim?
Fernando Campanella
segunda-feira, 6 de abril de 2009
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