É quando um espelho, no quarto, se enfastia;
Quando a noite se destaca da cortina;
Quando a carne tem o travo da saliva,
e a saliva sabe a carne dissolvida;
Quando a força de vontade ressuscita;
Quando o pé sobre o sapato se equilibra...
E quando às sete da tarde morre o dia
- que dentro de nossas almas se ilumina,
com luz lívida, a palavra despedida.
David Mourão-Ferreira
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