
A música é um mar onde flutuo ao léu;
Rumo à estrela bela,
Sob um manto de bruma ou na amplidão do céu,
Eu enfuno a vela;
Peito cheio de ar, retesando os pulmões,
Estirada tela,
Quebrando as ondas vou, na espuma das monções
Que o luar revela;
Sinto vibrar em mim a fúria das paixões
De um veleiro aflito;
A brisa e o vento bom, tormentas e tufões
No mar infinito
Me embalam. Ou senão, calmaria, adágio
Deste meu naufrágio.
(Baudelaire)
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