
Eu vinha aquela tarde pela terrra
fria de sapos...
O azul das pedras tinha cauda e canto.
De um sarã espreitava o verão um passarinho.
Caracóis passeavam com róseos casacos ao sol.
As mãos cresciam crespas para a água da ilha.
Começaram de mim a abrir roseiras bravas.
Com as crinas a fugir rodavam cavalos
investindo os orvalhos ainda em carne.
De meu rosto se viam ribeiros...
Limpando da casa-dos-ventos os limos
no ar minha voz pisava...
(Manoel de Barros)
Nenhum comentário:
Postar um comentário