sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Mágico


Quem deslocou o prumo
da minha vida calma
e levou para além dos meus jardins,
as asas de borboletas tontas
em perfumado êxtase?
Quem dispersou as sombras
e inaugurou girassóis,
entumescendo os dias em bolhas de sabão?
Quem desfez a prisão
e soltou de mim,
todos os ritmos presos,
as falhas, as faltas da triste cantiga
que assombrava as flores?

Foi o amor que trouxe as chaves,
abriu todas as trancas e desfez-me da prisão,
com a tranquila certeza de quem quer.
Foi o meu amor, para quem até as flores,
que eram minhas, vão em perfumada fuga,
em busca do encantador dos dias.
(Saramar)

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