Entre Fadas e Borboletas circulamos. Neste movimento transitório, inalterável, percorremos. Entre mistérios e paraísos lilases equilibramos. Entre matizes rosas e azuis voamos. E nos canteiros perfumados cultivamos. As flores mais lindas colhemos. Rosas vermelhas ou brancas exalamos. E nas manhãs de verão, nos amamos. (Paty Padilha)
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
..."O prazer nascendo dói tanto no peito que se
prefere sentir a habituada dor ao insólito prazer.
A alegria verdadeira não tem explicação possível,
não tem a possibilidade de ser compreendida -
e se parece com o início de uma perdição irrecuperável.
Esse fundir-se total é insuportavelmente bom -
como se a morte fosse o nosso bem maior e final,
só que não é a morte, é a vida incomensurável que
chega a se parecer com a grandeza da morte.
Deve-se deixar inundar pela alegria aos poucos -
pois é a vida nascendo.
E quem não tiver força,
que antes cubra cada nervo com uma película protetora,
com uma película de morte para poder tolerar a vida.
Essa película pode consistir em qualquer ato
formal protetor, em qualquer silêncio ou em
várias palavras sem sentido.
Pois o prazer não é de se brincar com ele.
Ele é nós."
(Clarice Lispector)
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