terça-feira, 13 de novembro de 2007

Borboleta...


Numa noite fria,
O vôo de uma borboleta
De cores quentes,
Aqueceu a minha alma...
Você!
(Maria Flor)

Certezas


Não quero alguém que morra de amor por mim...
Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.
Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim...
Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível...
E que esse momento será inesquecível...
Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre...
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém...e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento...e não brinque com ele.
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe...
Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas...
Que a esperança nunca me pareça um NÃO que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como SIM.
Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros... Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão...
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena.
(Mário Quintana)

Quem és Tu Mulher?


Sou quase como vocês homens.
Sou guerreira, justiceira,
cumpridora de meus deveres, mas
desconhecida de meus direitos.

Sou a mulher que traz o odor de cebola nas mãos;
também sou a mulher que traz o aroma de uma flor na pele.
E sou a mulher que transpiro e derramo suores.

Quem és tu mulher?

Sou tua mulher;
sou tua mãe,
sou mãe de teus filhos,
sou tua namorada,
sou tua amiga,
sou mulher.


Trago no olhar as lágrimas de um sofrimento e de uma dor,
também transpareço neles o brilho de uma felicidade.
E demonstro no sorriso o sentimento de uma perda e
ao mesmo tempo o valor de uma conquista.

Mas quem és tu mulher?

Sou mãe,
sou advogada,
sou médica,
sou faxineira,
sou mulher-da-vida,
sou professora.
sou também a flor que encanta seu jardim,
a estrela que ilumina o seu céu, mesmo em noites de escuridão.

Eu sou mais do que mulher...
Sou a flor de seu jardim,
que espera ser regada pela água da sua fidelidade;
que espera ser condimentada pela sua confiança e
que espera ser colhida por suas mãos cheias de Amor.

Mas quem és tu homem?
(Roni Roque da Silva)

(...) Sou uma Mulher cheia de desejos... e uma Menina cheia de sonhos...Sou uma mulher que luta... e uma Menina que tem medo... Uma Mulher que briga... E uma Menina que brinca... Sou uma Mulher séria... E uma Menina travessa... Sou uma mulher correta... E uma Menina louquinha... Sou uma Mulher desejada... e uma Menina sensível... Sou simplesmente eu mesma... Nos meus erros e acertos! (...)

Estrepolia...


eu sou ar
sou mar
sou a terra firme
pra caminhar...
sou o vento
a brisa morna
ou ventania
sem assoprar...
sou o tempo
a montanha
ou a planície
pra qualquer
vagar...
sou a noite
o claro dia
a lua cheia
no nevoar...
sou a seca
o alagar
a certeza
da chuva fria
ao entoar...
sou a pedra
que afia
a duvida da cantoria
ou do pesar...
sou o cerne
a casca dura
a seiva escorrida
sem destilar...
sou a farra
a paz
sou a estrepolia
sem semear...
sou a parte que me toca
num mundo que me troca
de lugar...
(enise)

"Não gosto de barcos,
nem nada que flutue devagar,
Me faz falta uma esquina,
uma rua para atravessar,
uma escada, uma curva, em frente
uma pista, um sinal de trânsito,
me faz falta direção constante,
um trilho, uma ponte, um meio de chegar,
barcos ficam á deriva
e eu nunca afundo no mesmo lugar..."
(Martha Medeiros)

Coração é terra que ninguém vê


Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Sachei, mondei - nada colhi.
Nasceram espinhos
e nos espinhos me feri.

Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Cavei, plantei.
Na terra ingrata
nada criei.

Semeador da Parábola...
Lancei a boa semente
a gestos largos...
Aves do céu levaram.
Espinhos do chão cobriram.
O resto se perdeu
na terra dura
da ingratidão

Coração é terra que ninguém vê
- diz o ditado.
Plantei, reguei, nada deu, não.
Terra de lagedo, de pedregulho,
- teu coração. Bati na porta de um coração.
Bati. Bati. Nada escutei.
Casa vazia. Porta fechada,
foi que encontrei...
(Cora Coralina)

As sereias entretanto têm uma arma ainda
mais terrível que o canto: o seu silêncio.
Apesar de não ter acontecido isso, é imaginável
que alguém tenha escapado ao seu canto; mas
do silêncio certamente não.

Que no silêncio da noite, o Canto seja o teu!

A noite é a metade da vida, e a melhor metade.
Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.
Só é digno da vida aquele que vai, todos os dias, à luta por ela.
A alma humana avança constantemente, mas em linha espiral.
Quando trabalho o dia inteiro, acolhe-me de braços abertos uma noite amiga.
Vive quem ousadamente vive.
A juventude é a embriaguez sem vinho.
O talento se educa no silêncio e o caráter na tempestade.
Tudo quanto se destina a surtir efeito nos corações, do coração deve sair.
Quanto mais te sentes homem, tanto mais te pareces aos deuses.
(Johann Goethe)

Mulher-Borboleta


Arco-irís alado,
Fada voante,
Ser encantado,
Não há quem não se encante.
Beleza tão imensa,
Mundo de cor,
Borboleta intensa,
Mulher amor.
Metamorfose total;
Nasce mera larva,
Logo em crisálida,
Mel e sal.
Emerge tão linda,
Várias nuances,
Pulgentes ou pálidas,
Magias e danças.
Ornam a paisagem,
conquista corações,
Voantes orações,
Reais miragens.
Borboleta-Mulher,
Mulher-Borboleta.
Tudo que se quer,
O tempo, a ampulheta,
Espaço, movimentos,
Inebriam os olhos meus,
Maravilhosos alentos,
Sonho de Deus!...
(Gustavo Drummond)

Meu Jardim


Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores

Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores

Refazendo minhas forças, minha fonte, meus favores

Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho

Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho

Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho

Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho

Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim
(Vander lee)

Mário Quintana


Mário de Miranda Quintana (Alegrete, 30 de julho de 1906 — Porto Alegre, 5 de maio de 1994) foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro.

Era filho de Celso de Oliveira Quintana e de Virgínia de Miranda Quintana. Fez as primeiras letras em sua cidade natal, mudando-se em 1919 para Porto Alegre, onde estudou no Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções literárias. Trabalhou na Editora Globo, quando esta ainda era uma instituição eminentemente gaúcha, e depois na farmácia paterna.

Considerado o poeta das coisas simples e com um estilo marcado pela ironia, profundidade e perfeição técnica, trabalhou como jornalista quase que a sua vida toda. Traduziu mais de cento e trinta obras da literatura universal, entre elas Em busca do tempo perdido de Marcel Proust, Mrs. Dalloway de Virginia Woolf, e Palavras e sangue, de Giovanni Papini.

Em 1940 lançou o seu primeiro livro de poesias, A rua dos cataventos, iniciando a sua carreira de poeta, escritor e autor infantil. Em 1966 foi publicada a sua Antologia poética, com 60 poemas inéditos, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, e lançada para comemorar seus 60 anos, sendo por esta razão o poeta saudado na Academia Brasileira de Letras por Augusto Meyer e Manuel Bandeira, que recita o poema Quintanares, de sua autoria, em homenagem ao colega gaúcho. No mesmo ano ganhou o Prêmio Fernando Chinaglia da União Brasileira de Escritores de melhor livro do ano. Em 1980 recebeu o prêmio Machado de Assis, da ABL, pelo conjunto da obra.

Viveu grande parte da vida em hotéis, sendo o último deles o Hotel Majestic, no centro velho de Porto Alegre, que foi tombado e transformado em centro cultural e batizado como Casa de Cultura Mário Quintana, em sua homenagem, ainda em vida. Em seus últimos anos de vida, era comumente visto caminhando nas redondezas.

Segundo o próprio poeta, em entrevista a Edla van Steen em 1979, seu nome foi registrado sem acento. Todavia, segundo as normas ortográficas atualmente em vigor, prescreve-se o uso de acento agudo no prenome "Mário".

Em 2006, no centenário de seu nascimento, várias comemorações foram realizadas no estado do Rio Grande do Sul em sua homenagem.


Os poemas

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...



Bilhete

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

Borboletas Azuis

glitters para orkut
Borboletas azuis
no feitiço do olhar,
outras mil cores
surgindo no ar.
Imaginação colorida,
são sonhos de vida
querendo se renovar.
Flores perfumadas
formando jardins.
Almas apaixonadas
prometidas no sim.
São juras de amor,
é um favor
sem pedir recompensas.
São laços de ternura
flutuando nas alturas,
onde o chão não faz presença.
É tudo magia,
uma fantasia
cheia de esperanças.
São mesclas de espiritualidade,
espalhadas sutilmente
na nossa realidade.
São nossos pensamentos
girando em movimentos,
sintonizados no carinho e na bondade.
São nossos caminhos,
abrindo novos caminhos,
chamando por nós
cheios de alegria e felicidade . . .
(homenino poeta)

Sou uma mulher madura
Que às vezes anda de balanço
Sou uma criança insegura
Que às vezes usa salto alto
Sou uma mulher que balança
Sou uma criança que atura...
(Martha Medeiros)

Ausência


Falta-me
O norte
Uma estrela
O caminho
Faltam-me os olhos
Com que me olhe
Falta-me a razão
De saber razões
Falta-me o instante
A mão que rasgue
semeie
Falta-me o quê?
(Ângela Santos)

Uma poesia ártica,
claro, é isso que eu desejo.
Uma prática pálida,
três versos de gelo.
Uma frase-superfície
onde vida-frase alguma
não seja mais possível.
Frase, não, Nenhuma.
Uma lira nula,
reduzida ao puro mínimo,
um piscar do espírito,
a única coisa única.
Mas falo. E, ao falar, provoco
nuvens de equívocos
(ou enxame de monólogos?)
Sim, inverno, estamos vivos.



Paulo Leminski

Ede Muller



Morre o Poeta Ede Muller!
Pirenópolis e Goiás perdem seu grande poeta.
13/11/2007





POR UM FIO

A VIDA SEMPRE ESTÁ POR UM FIO
CADA PASSO PODE SER FATAL
CADA RESPIRAÇÃO VITAL
CADA ANO UMA ESPERANÇA.
VIVA A VIDA INT4ENSAMENTE
NAOS SABEMOS NADA DE AMANHÃ
O ONTEM JA FOI
E NAO VOLTA MAIS
SO TA NA MEMORIA
VIVA CADA MINUTO
CADA SEGUNDO
COMO UNICO
POIS ESTA POR UM FIO
TUDO PODE ACONTECER NUM MINUTO
ESTEJA ATENTO E VIVA
APRECIE AS COISAS BOAS
EVITE AS M-ÁS
E VA MAIS FUNDO
ESPIRITUALIZE-SE
E CONTEMPLE A GLORIA
A GLORIA DA CRIAÇÃO.












PAISAGISMO CÓSMICO

TODA A ABÓBODA CELESTE
O UNIVERSO INFINITO
OS COMETAS E PLANETAS
AS GALÁXIAS RUMO AO INFINITO
TODO ESSE JARDIM DE ESTRELAS
É UM PAISAGISMO CÓSMICO.
TODOS OS OCEANOS,MARES E RIOS
CACHOEIRAS E MONTANHAS
VALES E LAGOS ENCANTADOS
RIACHOS E CÓRREGOS DISCRETOS
FAZEM PARTE
DO PAISAGISMO CÓSMICO.
A NATUREZA E SUA ESUBERÃNCIA
O HOMEM E TODA SUA CRIATIVIDADE
A PUREZA DAS CRIANÇAS
A SIMPATIA DOS ANIMAIS DIVERSOS
O MUNDO MICROSCÓPICO
E O MACRO COSMOS JUNTOS
FORMAM O PAISAGISMO CÓSMICO.
NÃO HA MUITO OQUE ACRESCENTAR
SOMENTE PRESERVAR E RESPEITAR
SOMAR COM ESSE PODER TRANSCENDENTE
E ASSIM FAZERMOS PARTE
DESTE PAISAGISMO CÓSMICO.
MERGULHE NESSA BELEZA
DE IMPAR MANIFESTAÇÃO
E SEJA UM COM O TODO
NA TOTALIDADE DO UNIVERSO.


NOVA CONSCIENCIA

UMA NOVA CONSCIENCIA SURGE
UM NOVO PARADIGMA
UM NOVO MODO DE VER E DE AGIR
DE VIVER E DE FAZER AS COISAS.
UM ENCONTRO NA PARAIBA
EM PLENO CARNAVAL
MOSTRA OS NOVOS TEMPOS
NA UNIÃO DE TUDO E TODOS
NUMA SO RELIGIÃO DO AMOR.
DESPERTE ESSA NOVA CONSCIENCIA EM TI.
NA FRATER É O KARMAVAL
NA PASCOA O DHARMAVAL
E ASSIM AS COISAS MUDAM
PARA UM MUNDO MAIS AQUARIANO
INAUGURANDO UMA NOVA ERA.
VAMOS DAR AS MÃOS
E UNIDOS FAZER ALGUMA COISA
POR UM MUNDO MELHOR EMAIS HUMANO
POR UM NOVO TEMPO
POR UMA NOVA CONSCIENCIA.

Eu quero um homem


Eu quero um homem
Que me chame pelo nome,
Que me traga flores
No meio da noite,
E me faça sorrir
Por qualquer bobagem.
Eu quero um homem
Que me faça sentir importante,
Que me tire do sério, de repente
E me aponte,
no fim da tempestade,
Um arco íris...
Eu quero um homem
Que me faça sentir viva,
Que me surpreenda,
Que me fascine,
Que me entenda...
Eu quero um homem
Que me coma de frente,
Que me diga o que sente,
Sem mentir...
Eu quero um homem
Que eu possa chamar de amigo,
Que eu possa convidá-lo pra um chá,
Nas tardes vazias de domingo,
Que eu possa mostrar-me como sou...
Eu quero um homem
Que me faça companhia,
Mas me faça também sentir saudade,
Só pra poder voltar...
Eu quero um homem
Que me ligue na madrugada,
Que me tire o sono,
Com o que! tem a dizer
Que me encha de vida,
E que vá embora
Antes de me fazer sofrer...
(Angela Lara)

Tenho medo de escrever é tão perigoso.Medo de mexer no q está oculto e o mundo não está à tona.Ele esta submerso em suas raízes de profundidades do mar.Para escrever tenho q me colocar no vazio, mas é um vazio terrivelmente perigoso, dele arranco sangue.Sou um escritor q tem medo das ciladas das palavras.As palavras q digo escondem outras.Quais? Talvez as diga.Escrever é como uma pedra lançada num poço fundo.
(Clarice Lispector)

Sou Fenix


Morta e renascida hoje sobrevivo...
Só uma coisa eu peço...
Não me cobre lógica...
Nem razão... Sou movida...
Pela emoção sou toda paixão...

Talvez na vida tua incerteza me feriu...
Mas sobrevivi... Tuas duvidas...
Impediram-me de eu ir além...
Cicatrizes se findaram...

Eu sou o Sol e a Lua...
E também a tormenta do mar...
Não me cobre data sou passional...
Talvez a temporal sem hora e local...
Você não me vê...
Apenas me sente na brisa fina da manhã...
Tocar tua pele com o vento que passa...

Não sou perfeita e nem imperfeita...
Talvez provida de definições...
Morro e renasço...
Mudo de cenário...
Mas não o meu destino...
E no apogeu de sua história...
Estarei para sempre em tua memória...
(AD)

Receita de Casa


Uma casa deve ter varandas
para sonhar, cantos para chorar,
quartos para os segredos
e a ambivalência.

Um amor precisa espaço de voar,
liberdade para querer ficar,
alegria, e algum desassossego
contra o tédio.

Não se esqueçam os danos a cobrir,
o medo de partir, e o dom de surpreender
- que é a sua essência.
(Lya Luft)

Tigresa

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Uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel
Uma mulher, uma beleza que me aconteceu
Esfregando a pele de ouro marrom
Do seu corpo contra o meu
Me falou que o mal é bom e o bem cruel

Enquanto os pelos dessa deusa tremem ao vento ateu
Ela me conta sem certeza tudo o que viveu
Que gostava de política em mil novecentos e sessenta e seis
E hoje dança no Frenetic Dancin’ Days

Ela me conta que era atriz e trabalhou no Hair
Com alguns homens foi feliz com outros foi mulher
Que tem muito ódio no coração, que tem dado muito amor
E espalhado muito prazer e muita dor

Mas ela ao mesmo tempo diz que tudo vai mudar
Porque ela vai ser o que quis inventando um lugar
Onde a gente e a natureza feliz, vivam sempre em comunhão
E a tigresa possa mais do que o leão

As garras da felina me marcaram o coração
Mas as besteiras de menina que ela disse não
E eu corri pra o violão num lamento
E a manhã nasceu azul
Como é bom poder tocar um instrumento
(Caetano Veloso)

A vida é mais simples do que a gente pensa.
Basta aceitar o impossível,
Dispensar o indispensável e
Suportar o insuportável.
(Kathleen Norris)
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