segunda-feira, 1 de junho de 2009


E de súbito desaba o silêncio.
É um silêncio sem ti,
sem álamos
sem luas.


Só nas minhas mãos
ouço a música das tuas."


Eugénio de Andrade
Coração do Dia

Imagem



Uma pobre velhinha franzida e amarela
Sentou-se num banco, em Paris.
A tarde cinzenta andava atrás dela
Como um triste gato de feltro e flanela,
Igualmente exausta e infeliz.

Por que há uma velhinha tão triste e amarela
Sentada num banco em forma de X?
Nunca vi ninguém mais triste do que ela,
Em tarde nenhuma de nenhum país.

Nas mãos , uma chave – de que bairro, viela,
Porta , corredor, mansarda, cancela?-
Com um desenho de flor-de-lis.


Cecília Meireles


Boa noite!


"Escureceu
O sol baixou
Anjo da guarda
Cantarolou
Nana neném
Nana neném
Cacheadinho
Anjinho!".


Anjo da Guarda, de Arnaldo Antunes.