sábado, 29 de agosto de 2009

Porque tudo acontece por um motivo...


"Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha,
e não nos deixa só,
porque deixa um pouco de si e leva um pouco de nós.
Essa é a mais bela responsabilidade da vida
e a prova de que as pessoas...

...não se encontram por acaso."

(Chaplin)

Mel Do Sol




O verão chegou trazendo a voz
Da paixão que escorre mel do sol
E incêndeia o nosso coração,
Menino
Brincando na areia.
Que o verão saiba cuidar de nós
Passageiros como a luz do sol
Que incêndeia o nosso coração,
Menino
Brincando na areia.
Madrepérola de cores vãs
No vitral insone das manhãs
Que eu vi passar enquanto o mar
Menino
Brincava na areia.
Que a paixão saiba cuidar de nós
Que você beba do mel do sol
E que a sombra que o verão trará
Possa descansar seu corpo
Menino
Brincando na areia.
O verão chegou trazendo a voz
Da paixão que escorre mel do sol
E incêndeia o nosso coração,
Menino
Brincando na areia.


Oswaldo Montenegro

Amor


Na véspera de ti
eu era pouca
e sem
sintaxe
eu era um quase
uma parte
sem outra
um hiato
de mim.

No agora de ti
aconteço
tecida em ponto
cheio
um texto
com entrelinhas
e recheio:
um preciso corpo
um bastante sim.


Maria Esther Maciel


Hoje...
particularmente hoje
estou esperando alguém
ou algo que me faça acreditar...

( Rivkah Cohen )

Todos Juntos (Os Saltimbancos)


Todos juntos somos fortes
Somos flecha e somos arco
Todos nós no mesmo barco
Não há nada pra temer
- Ao meu lado há um amigo
Que é preciso proteger
Todos juntos somos fortes
Não há nada pra temer


E no mundo dizem que são tantos
Saltimbancos como somos nós.

Enriquez - Bardotti - Chico Buarque


Quando você me ensinou a dançar
Anos atrás com olhos nebulosos
Cada passo e olhar silencioso
Cada movimento, uma doce surpresa

Alguém deve ter te ensinado bem
A seduzir e a encantar
Pois naquela noite você derramou seu feitiço
E me ensinou a dançar

O reflexo da luz em um lago
Eu relembro o que aconteceu antes
Enquanto eu me doava, Eu aprenderei a não pegar
E a não ficar sozinha mais uma vez

Outras luzes podem iluminar meu caminho
Eu posso até encontrar um amor
Mas nunca esquecerei daquela noite

Quando você me ensinou a dançar
Ventos frios sopram
Mas você me encontrará naquelas colinas
E eu sei
Que você está caminhando bem atrás de mim

Quando você me ensinou a dançar
Anos atrás com olhos nebulosos
Cada passo e olhar silencioso
Cada movimento, uma doce surpresa


L’art



Sou artista do infinito.
Em cena, sem ensaio.
Trago gizes nos bolsos
para colorir enganos
e pequenas lamparinas
para alumiar estréias
O enredo é bom, amor;
(a atriz é sofrível;mas
perseverante)

Se você quiser,
tem lugar no gargarejo.
Você me dá paciência,
e carinho no teu olhar.
Eu em troca ofereço,
malabarice clássica:
de comédias de fadas
à tragédias de quinta.

Em avant-première será teu,
por entre dias ímpares,

Luzzsh

E AQUI VAMOS NÓS...


Há coisas bem piores
do que ser sozinho.
mas às vezes levamos décadas
para percebê-lo.
E ainda mais vezes
é demasiado tarde.
E não há nada pior
do que
demasiado tarde.

__Charles Bukowsky__

Boa Noite!


Brinca enquanto souberes!

Tudo o que é bom e belo

Se desaprende...

A vida compra e vende

A perdição,

Alheado e feliz,

Brinca no mundo da imaginação,

Que nenhum outro mundo contradiz!

Brinca instintivamente

Como um bicho!

Fura os olhos do tempo,

E à volta do seu pasmo alvar

De cabra-cega tonta,

A saltar e a correr,

Desafronta

O adulto que hás-de ser!"


Miguel Torga

"MORRO DE SAUDADE...


"MORRO DE SAUDADE.
Que coisa maluca a distancia, a memória.
Como um filtro, um filtro seletivo,
vão ficando apenas as coisas
e as pessoas que realmente contam."

Caio F.Abreu

"O meu amor honra-me com prendas e eu nada tenho para lhe dar. Talvez a Lua. Afaga-me o cabelo e enche-o de nuvens e eu só lhe posso retribuir com raios de sol. Debruça-me sobre um manto fresco de ervas e brinca com as minhas orelhas. Dou-lhe, em segredo, um sorriso, a que ele, logo, acode com uma cascata líquida de risos cristalinos. À noite desculpa-se por não ter outras prendas para demonstrar-me o seu verdadeiro amor. É nesse momento que, então, envergonhada por ter menos do que ele, aproveito o escuro do quarto e lhe pouso, devagar, sobre a almofada, uma pétala, ainda viva, perfumada, duma flor."


José António Gonçalves