quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Lindeza





”Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança. Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade. Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a apena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for. E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.”

Lya Luft

"...Dádiva"



Derrama sobre mim tua esperança de homem,
tanto tempo contida:
planta em meu solo a árvore da renovação,
mais alta do que a noite escura.

Larga a solidão, apaga a desesperança,
inventa um novo reino
onde as águas não são naufrágio,
nem o amor desengano.

Vem para esta enseada, onde há ventania
e risco, mas podes ancorar teu coração
depois da longa procura,
para que ele pouse e pulse e brilhe

como a estrela-do-mar em seu fundo
de oceano.


Lya Luft


fui lá fora agora e encontrei um dia lindo...

vim aqui rapidinho só pra contar.


"Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda nao tem nome".

(Clarice Lispector)


Os meus bens são muitos.
A loucura, a coragem, a ambição e a inquietação.
A sorte dos amores e os delírios da solidão.
O amor pelos cometas, pela água e pelas pessoas.
Desejo à você, inteligência e astúcia, um olhar curioso,
um olfato dotado de memória, uma boca pronta para sorrir
e para esbravejar com precisão divina.
Braços que nunca evitem e passos que te sustentem na firmeza.
Desejo-te a sorte de ter
O SENSO DO TEMPO QUE TÊM AS ESTRELAS,
a tenacidade das formigas e as incertezas de todos os templos.

_ A. Mastretta
[Tradução Livre]


"COMO posso perder minha fé na justiça da vida,

quando os sonhos dos que
dormem num colchão de penas
não são mais belos do que os sonhos
dos que
dormem no chão?


(Gibran Kalil Gibran)