Entre Fadas e Borboletas circulamos. Neste movimento transitório, inalterável, percorremos. Entre mistérios e paraísos lilases equilibramos. Entre matizes rosas e azuis voamos. E nos canteiros perfumados cultivamos. As flores mais lindas colhemos. Rosas vermelhas ou brancas exalamos. E nas manhãs de verão, nos amamos. (Paty Padilha)
domingo, 29 de setembro de 2013
FÁBULA DO PORCO ESPINHO
"Num frio dia de Inverno, alguns porcos-espinhos juntaram-se para se aquecerem com o calor dos seus corpos, para não enregelarem.
Mas depressa viram que se estavam a picar e afastaram-se.
Quando de novo ficaram com frio e se juntaram, repetiu-se a necessidade de se manterem separados até descobrirem a distância adequada a que se podem tolerar.
Assim é na sociedade, onde o vazio e a monotonia fazem com que os homens se aproximem, mas os seus múltiplos defeitos, desagradáveis e repelentes, fazem com que se afastem."
Moral da fábula: "Quem tem muito calor interno prefere manter-se afastado da sociedade para não dar nem receber problemas e aborrecimentos."
Por outras palavras, toleramos a proximidade dos outros
só quando é necessário à sobrevivência,
evitando-a sempre que possível.
A. Schopenhauer
Dor elegante
um homem com uma dor
é muito mais elegante
caminha assim de lado
como se chegasse atrasado
andasse mais adiante
carrega o peso da dor
como se portasse medalhas
uma coroa um milhão de dólares
ou coisa que os valha
ópios édens analgésicos
não me toquem nessa dor
ela é tudo que me sobra
sofrer, vai ser minha última obra
Certa vez na minha infância,
meu pai me contou sobre a história do Império Romano.
Fiquei fascinada, só que ao final ele me disse uma frase que eu guardei ."
_ É filha, todo império um dia cai."
Com o tempo percebi que realmente isso acontecia,
que vários impérios caíram e me senti
destinada à queda.
Mas hoje acordei com a certeza de que isso nunca ocorrerá.
Sabem por quê?
Porque eu não vivo num império, eu vivo num reino que é governado
pelo Rei dos reis,
e esse reinado durará para sempre.
" O Senhor reina;
está vestido de majestade..." salmo 93.1.
Meu Cão
Meu cão ouve comigo
o adágio da 6º Sinfonia de Beethoven.
Gosta de música meu cão.
Deitado no tapete
ele respira no ritmo sonoro da orquestra
apascenta-se e chega a dormir ao som dos violinos.
O adágio continua.
Agora
foi uma borboleta que veio ouvir Beethoven
pousando na vidraça.
O cão, a borboleta e eu,
enquanto ao longe, na montanha, uma nuvem
se desfaz
com a imponderável melodia.
Afonso Romano de Sant’Anna
o adágio da 6º Sinfonia de Beethoven.
Gosta de música meu cão.
Deitado no tapete
ele respira no ritmo sonoro da orquestra
apascenta-se e chega a dormir ao som dos violinos.
O adágio continua.
Agora
foi uma borboleta que veio ouvir Beethoven
pousando na vidraça.
O cão, a borboleta e eu,
enquanto ao longe, na montanha, uma nuvem
se desfaz
com a imponderável melodia.
Afonso Romano de Sant’Anna
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