sábado, 17 de maio de 2008


"Foram se conhecendo um ao outro, cada dia uma nova descoberta. Juntos, ele correndo pelo chão de verde grama, ela voando pelo azul do céu, vagabundearam por todo o parque, encontraram recantos deliciosos, escobriram novas nuances de cor nas flores, variações na doçura da brisa, e uma alegria que talvez estivesse mais dentro deles que mesmo nas coisas em redor. Ou bem a alegria estava presente em todas as coisas e eles não a viam antes. Porque - eu vos digo - temos olhos de ver e olhos de não ver, depende do estado de coração de cada um."

Jorge Amado


Hare Krishna é o "Grande" mantra da "Felicidade", ou seja: "O melhor mantra para proteger a mente contra pensamentos de infelicidade".

Hare Krishna, Hare Krishna,
Krishna Krishna, Hare Hare,
Hare Rama, Hare Rama,
Rama Rama, Hare Hare.

Em português, poderia ser entoado assim:

"Dá-me a Vontade Divina, Dá-me a Vontade Divina,
Vontade Divina, Vontade Divina, Dá-me, Dá-me.
Dá-me Alegria, Dá-me Alegria,
Alegria, Alegria, Dá-me, Dá-me."

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM

Canção da garoa


Em cima do telhado
Pirulin lulin lulin,
Um anjo, todo molhado,
Soluça no seu flautim.

O relógio vai bater:
As molas rangem sem fim.
O retrato na parede
Fica olhando para mim.

E chove sem saber porquê
E tudo foi sempre assim!
Parece que vou sofrer:
Pirulin lulin lulin...

Mário Quintana

Renascer


Vida a florir...
em vertente clara.
fragmentos de verão
vazio em ecos
descortinando sentidos
o sonho renascendo
de retalhos,
pássaros em cores...
vôo sonoro
de alma livre
cirandando a luz
de pirilampos,
num denso desfiar
de emoções.

Cláudia Gonçalves

Continuo achando graça nas coisas, gostando cada vez mais das pessoas, curiosa sobre tudo, imune ao vinagre, às amarguras, aos rancores.
(Zélia Gattai)

Tributo a Zélia Gattai (1916-2008)


(...)
Homens mais amadurecidos têm maior desenvoltura no trato com as mulheres, sabem reconhecer as suas qualidades, são mais espirituosos, discretos, compreensivos e mais educados.
A razão pela qual muitos homens maduros possuem estas qualidades maravilhosas deve-se a vários fatores: a opção de ser e de viver de cada um, suas personalidades, formação própria e familiar, suas raízes, sabedoria, gostos individuais, etc...
Mas eu creio que em parte, há uma boa parcela de influência nos modos de viver de uma época, filmes e músicas ouvidas e curtidas deixaram boas recordações da sua juventude, um tempo não tão remoto, mas que com certeza, não volta mais.
A juventude passou, mas deixou “gravado” neles, a forma mais sublime e romântica de viver.

(...)

(Zélia Gattai in 'Homens Maduros')


Morre, aos 91 anos, a escritora Zélia Gattai


Morreu na tarde deste sábado (17) a escritora Zélia Gattai Amado, aos 91 anos. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do Hospital Bahia, onde a autora de 14 livros estava internada havia 31 dias.

Paulista do Paraíso

Zélia Gattai(Foto: Epitácio Pessoa/Agência Estado)

Filha dos imigrantes italianos Ernesto Gattai e Angelina Da Col, Zélia Gattai Amado nasceu no dia 2 de julho de 1916, na capital paulista. Foi em São Paulo, no bairro do Paraíso, que passou toda a infância e a adolescência.

A família da escritora foi bastante atuante no movimento político-operário. Em 1938, o pai de Zélia chegou a ser preso pela polícia política do Estado Novo.

As lembranças desse engajamento familiar – a casa dos Gattai foi palco de fervorosos debates – inspiraram o primeiro livro da escritora: “Anarquistas, graças a Deus”. Lançada em 1979, a obra já vendeu mais de 250 mil exemplares no Brasil, ganhou versões em francês, italiano, espanhol, alemão e russo e ainda inspirou uma minissérie homônima na Rede Globo, que foi ao ar em 1984, dirigida por Walter Avancini.

Aos 20 anos, Zélia se casou com Aldo Veiga, intelectual e militante do Partido Comunista. Da união nasceu o primeiro filho da escritora, Luiz Carlos, hoje com 66 anos.

Graças ao círculo de amizades de Veiga, Zélia se aproximou da elite intelectual brasileira da época. Desse grupo de amigos, faziam parte os escritores Oswald de Andrade, Mario de Andrade, Rubem Braga e Vinícius de Moraes. Também ficou próxima dos artistas Lasar Segall e Tarsila do Amaral.

O casamento chegou ao fim após oito anos. Em 1945 conheceu o escritor Jorge Amado – de quem já era admiradora – durante um congresso sobre literatura. Com diversos interesses em comum, a dupla passou a trabalhar no movimento pela anistia dos presos políticos. Poucos meses depois, se apaixonaram e passaram a viver juntos.