sexta-feira, 6 de junho de 2008

Procriação


Quero-te na tua mais livre
profundidade
Palmilhando as minhas mais insensatas
superfícies
Como se eu fosse um prato raso
Com o ventre repleto de desejos tenros.

Quero-te na tua mais fraterna
lógica
Defendendo as minhas mais insensíveis
demências
Como se eu fosse uma rua estreita
Com o ventre repleto de paralelepípedos turvos.

Quero-te na tua mais igual
exatidão
Inventariando as minhas mais insanas
incoerências
Como se eu fosse um ponto cego
Com o ventre repleto de brotos ternos.

Quero-te, sobretudo, na tua mais pródiga
fecundidade
Alimentando as minhas mais inservíveis
esterilidades
Como se eu fosse tua filha bastarda
Com o ventre repleto de promessas toscas.


Oswaldo Antônio Begiato

Aceitação


No silêncio que me abraça,
Permito que a alma faça
moradia na saudade...
É preciso sentir para doer...
É preciso deixar para não
Esquecer...
É preciso ter certeza
Que o amor não
Findará na ausência!...

Cida Luz

Passagem


Em minha vida,
Muitos momentos
Me sinto como
Uma Borboleta,
Passando por várias
E dolorosas metamorfoses.
Sentido-me frágil e indefesa...
Incapaz...
Mas renasço sempre
Bela e cheia de vida
Alçando vôos…
Cheios de graça!

Paty Padilha