Entre Fadas e Borboletas circulamos. Neste movimento transitório, inalterável, percorremos. Entre mistérios e paraísos lilases equilibramos. Entre matizes rosas e azuis voamos. E nos canteiros perfumados cultivamos. As flores mais lindas colhemos. Rosas vermelhas ou brancas exalamos. E nas manhãs de verão, nos amamos. (Paty Padilha)
terça-feira, 17 de junho de 2008
Cores
Não fossem
o arco íris,
as flores,
as borboletas
e os beija-flores
minhas candências
seriam somente
tardes cinzentas
e meus enlevos
filmes mudos.
Eu não passaria
de um vidro,
conspurcado,
de nanquim preto,
nas mãos
de um desenhista
descuidado.
É dele a imagem,
em branco e preto,
do espinho encravado
que carrego no peito
como prova de meu amor,
esse imenso amor
que sinto por ti
e que estará eternamente
matizado de cores,
das mesmas cores
que me ofertaram
o arco-íris,
as flores,
as borboletas
e os beija-flores.
Oswaldo Antônio Begiato
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Oswaldo Antônio Begiato
Sou fada
De muitos amores
Escondo minhas dores,
Por aí a voar...
Sou fada
De muitas alegrias,
Felicidades todos os dias,
Eu só quero é amar...
Valquíria Cordeiro
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Valquíria Cordeiro
A Perda
Quando perdi
Com aquela balbúrdia pessoal
A perda havia me esmagado
Precisa de uma estratégia
Para minha sobrevivência
E foi na poesia que a encontrei
O mais importante
Que minha dor foi compartilhada
Com amigos verdadeiros
E foi a primeira vez na vida
Que senti o impacto
Das minhas emoções humanas:
Amor, ódio, raiva
Mágoa, culpa, medo
Vergonha, auto-condenação.
E,finalmente, alegria...
Graciela da Cunha
Herbarium
Numa alegria desatinada
fui colhendo as folhas,
mordi goiabas verdes,
atirei pedras nas árvores,
espantando os passarinhos
que cochichavam seus sonhos,
me machucando de contente
entre a galharia.
Corri até o córrego.
Alcancei uma borboleta
e prendendo-a pelas pontas das asas
deixei-a na corola de uma flor.
Te solto no meio do mel, gritei-lhe.
O que vou receber em troca?
Lygia Fagundes Telles
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Lygia Fagundes Telles
Conselho
Cerca de grandes muros quem te sonhas.
Depois, onde é visível o jardim
Através do portão de grade dada,
Põe quantas flores são as mais risonhas,
Para que te conheçam só assim.
Onde ninguém o vir não ponhas nada.
Faze canteiros como os que os outros têm,
Onde os olhares possam entrever
O teu jardim como lho vais mostrar.
Mas onde és teu, e nunca o vê ninguém,
Deixa as flores que vêm do chão crescer
E deixa as ervas naturais medrar.
Faze de ti um duplo ser guardado;
E que ninguém, que veja e fite, possa
Saber mais que um jardim de quem tu és
Um jardim ostensivo e reservado,
Por trás do qual a flor nativa roça
A erva tão pobre que nem tu a vês...
Fernando Pessoa
Depois, onde é visível o jardim
Através do portão de grade dada,
Põe quantas flores são as mais risonhas,
Para que te conheçam só assim.
Onde ninguém o vir não ponhas nada.
Faze canteiros como os que os outros têm,
Onde os olhares possam entrever
O teu jardim como lho vais mostrar.
Mas onde és teu, e nunca o vê ninguém,
Deixa as flores que vêm do chão crescer
E deixa as ervas naturais medrar.
Faze de ti um duplo ser guardado;
E que ninguém, que veja e fite, possa
Saber mais que um jardim de quem tu és
Um jardim ostensivo e reservado,
Por trás do qual a flor nativa roça
A erva tão pobre que nem tu a vês...
Fernando Pessoa
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