segunda-feira, 29 de junho de 2009

Duas Estrelas



A estrela que está no céu
Pôs-se um dia a voar
Viu outra estrela nas ondas
Era a estrela do mar


As duas estrelas se olharam
E ficaram encantadas
Juntas nadaram, voaram
Duas estrelas apaixonadas


E ao darem o primeiro beijo
Tornaram-se uma estrela cadente
Se a vires, pede um desejo
Como faz tanta gente

-Pedro Farinha-


Ah, deixa a agüinha das grotas grutejar sozinha!

João Guimarães Rosa

Boa Noite!


Escravidão poética


Se meus versos te escravizam,
ai te ti não amá-los
porque eu os faço só pra ti.

Um poema a cada dia...
cheio de amor em forma de poesia.
É esse o meu lírico testamento
viciado no meu cotidiano.

É para ti que eu vivo, amada minha,
poetizando festas e alimentando amores,
sem que as dores me infestem
e eu tristemente ceda
e dentro de ti não veja
esses meus tolos versos todos os dias.

Paulino Vergetti Neto
Publicado no Recanto das Letras em 30/12/2008
Código do Texto:1359195

Ando à procura de espaço
para o desenho da vida.
Em números me embaraço
e perco sempre a medida.
Se penso encontrar saída,
em vez de abrir um compasso,
projecto-me num abraço
e gero uma despedida.
Se volto sobre o meu passo,
é já distância perdida.
Meu coração, coisa de aço
começa a achar um cansaço
esta procura de espaço
para o desenho da vida
Já por exausta e descrida
não me animo a um breve traço:
- saudosa do que não faço,
- do que faço, arrependida.

Cecília Meireles

Duas senhoras que trabalhavam preparando cadáveres, antes do enterro, receberam um corpo para ser preparado.
Uma delas, arregala os olhos e diz:
- Você já viu um destes? - referindo-se ao tamanho do pênis do falecido.
A outra responde:
- Meu marido tem um igualzinho!
Ao que a outra ainda espantada contra-argumenta :
- Assim grande?
- Não, assim morto!!