Entre Fadas e Borboletas circulamos. Neste movimento transitório, inalterável, percorremos. Entre mistérios e paraísos lilases equilibramos. Entre matizes rosas e azuis voamos. E nos canteiros perfumados cultivamos. As flores mais lindas colhemos. Rosas vermelhas ou brancas exalamos. E nas manhãs de verão, nos amamos. (Paty Padilha)
sábado, 3 de maio de 2008
A IDADE DAS BORBOLETAS
Vais pela vida qual frágil borboleta,
Mal liberta do casulo as tuas asas,
Anda a beijar as flores do caminho,
E, se no alto, espreitas nossas casas.
Responde o vento, sutil, ao teu apelo,
Igual a ti, esse andarilho folgazão,
Sopra a fumaça, voando pelos ares,
Para te dar toda a amplitude de visão.
Alças ao céu, qual tênue folha ao vento,
És tão ligeira, tão fútil, tão criança…
Flutuam leves, tuas asas coloridas,
Parecem acesas… círios de esperança.
De repente um vôo, tangido de mistério,
Um clarão no céu, um rastro colorido…
Um sopro apenas é capaz de te levar,
Além fronteiras, onde nunca tinhas ido.
Mil outras borboletas, vêm, num rodopio,
Asas brilhando, refulgindo ao sol.
Nuvens etéreas, confundem nossos olhos,
A planar com graça, beijam o girassol.
Se entre as flores, se sentem soberanas,
Tocando as pétalas, suaves, nos jardins,
Após beijá-las, num ato apaixonado,
Se perdem no infinito, longe… nos confins…
MÍRIAN WARTTUSCH
Eu só
O encantamento se fez presente
Ambos sentiram na pele a magia
Esta, que lhes escorria pelo corpo todo,
Marcava a beleza dela em brilhos e cores.
E os olhos dele desacompanhavam seu coração
Que batia acelerado tamanha emoção.
Ela ficou parada na sua frente
Cercada de flores e borboletas
Com uma boca tão rosa e grande
Como um portal, um portal do amor...
Ele queria se perder ali, se perde nela.
Uma fada na sua frente, de pés descalços
Tão singela, não parecia ela:
A mulher dos sonhos, o tesouro escondido
O significado da sua vida
Parado bem na sua frente.
Carolina Salcides
Quase de nada místico
Não, não deve ser nada este pulsar
de dentro: só um lento desejo
de dançar. E nem deve ter grande
significado este vapor dourado,
e invisível a olhares alheios:
só um pólen a meio, como de abelha
à espera de voar. E não é com certeza
relevante este brilhante aqui:
poeira de diamante que encontrei
pelo verso e por acaso, poema
muito breve e muito raso,
que (aproveitando) trago para ti.
de Às Vezes o Paraíso
Ana Luísa Amaral
Meditação Anciã
Aqui eu fui feliz aqui fui terra aqui fui tudo quanto em mim se encerra aqui me senti bem aqui o vento veio aqui gostei de gente e tive mãe em cada árvore e até em cada folha aqui enchi o peito e mesmo até desfeito
eu fui aquele que da vida vil se orgulha
Aqui fiquei em tudo aquilo em que passei um avião um riso uns olhos uma luz eu fui aqui aquilo tudo até a que me opus
Ruy Belo
eu fui aquele que da vida vil se orgulha
Aqui fiquei em tudo aquilo em que passei um avião um riso uns olhos uma luz eu fui aqui aquilo tudo até a que me opus
Ruy Belo
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