domingo, 6 de julho de 2008

Uma saudade




Um amor do passado
Parece que foi ontem...
Aquele primeiro beijo
Menina tímida

Coração disparado
Primeiras carícias
Descobertas de sentimentos e
Sensações.

Menina apaixonada,
Uma praça...
Cenário de um amor puro
Parecia ser infinito.

Caminhos diferentes
Destinos parecidos
Restaram apenas lembranças
Daquele namoro tão lindo.


Paty Padilha

Domingo


Domingo é
dia de pé de cachimbo,
de rede estendida,
moleza assumida...
Pensar na vida,
fugir da preguiçaque é a inimiga!
Almoçar com a família,
fazer poesia,
sair com a tia...
Falar de bobeira,
dormir numa sombra,
pé de goiabeira....
Conversa fiada,
molecada animada,
com a bola,
a pelada!
Na televisão,
Gugu e Faustão,
e vai dando exaustão.
A segunda feira
já querendo chegar
dá um tédio danado
de voltar trabalhar!
E no fim do dia
despedir dos amigos
e combinar a cerveja
do outro domingo!


Mell Glitter

Poema destinado a haver Domingo...


Bastam-me as cinco pontas de uma estrela
E a cor dum navio em movimento
E como ave, ficar parada a vê-la
E como flor, qualquer odor no vento.

Basta-me a lua ter aqui deixado
Um luminoso fio de cabelo
Para levar o céu todo enrolado
Na discreta ambição do meu novelo.

Só há espigas a crescer comigo
Numa seara para passear a pé
Esta distância achada pelo trigo
Que me dá só o pão daquilo que é.

Deixem ao dia a cama de um domingo
Para deitar um lírio que lhe sobre.
E a tarde cor-de-rosa de um flamingo
Seja o tecto da casa que me cobre

Baste o que o tempo traz na sua anilha
Como uma rosa traz Abril no seio.
E que o mar dê o fruto duma ilha
Onde o amor por fim tenha recreio.


(Natália Correia-Passaporte -1958)