terça-feira, 27 de outubro de 2009

A arte de esconder cores e adestrar asas..


Juntei as cores, uma a uma, roubadas de sonhos infantis.
Pra que os outros não teimassem em roubá-las de seu destinatário, escondi sobre uma densa camada de açúcar. Chamei de jujubas.
Pra que elas ficassem bem acomodadas, tirei um vício do bolso e pintei com cheiro de bom dia. Sentaram umas sobre as outras em uma aquarela doce.
Prometi dar um teto estrelado, pras cores não ficarem deprimidas no claustro provisório.
Peguei um par de asas novinhas e fui catar estrelas. Queimei as pontas dos dedos, mas nada que um ou dois sopros sorridentes não curem.
O toque final seria uma película transparente de intenções e uma fita bonita.
Estava pronto o presente.
Estava treinando uma nova mágica: fazer rodas gigantes não parecerem tão assustadoras, e devolver sonhos à alguém, pra que lembrasse como voar.





Régis Falcão






É o amor que enfeita a Natureza com seus ricos tapetes.

Ele se enfeita e fixa sua morada onde encontra flores e perfumes.
É ainda o amor que dá a paz aos homens, a calma ao mar, o silêncio aos ventos e o descanso à dor.


Platão


" Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade."



Drummond

"Gostar de si mesmo, sem egoísmo;

Apreciar as pessoas em volta;

Cuidar da saúde mental e física;

Gostar dos seus horários;

Não ficar melancólico,
mas guardar na lembrança
as melhores (e simples) coisas da vida;

E não abrir mão de ser feliz;

A busca da felicidade já justifica aexistência."



(Dorival Caymmi)





O dia seginte ao amor


Quando a luz estender as roupas nos telhados
E for todo o horizonte um frêmito de palmas
E junto ao leito fundo de nossas duas almas,
Chamarem nossos corpos nus,entrelaçados,





Seremos, na manhã, duas máscaras calmas e felizes,
De grandes olhos claros e rasgados…
Depois,volvendo ao sol as nossas quatro palmas,
Encheremos o céu de vôos encantados!…



E as rosas da cidade inda serão mais rosas.
Serão todas felizes sem saber porque.
Até os cegos,os entrevadinhos… E



Vestidos contra o azul de tons vibrantes e violentos,
Nós improvisaremos danças espantosas,
Sobre os telhados altos, entre o fumo e os cataventos!





Mário Quintana