Entre Fadas e Borboletas circulamos. Neste movimento transitório, inalterável, percorremos. Entre mistérios e paraísos lilases equilibramos. Entre matizes rosas e azuis voamos. E nos canteiros perfumados cultivamos. As flores mais lindas colhemos. Rosas vermelhas ou brancas exalamos. E nas manhãs de verão, nos amamos. (Paty Padilha)
domingo, 4 de maio de 2008
A JAULA
Esperava...
Esperava, de mãos cruzadas sobre a saia do vestido de sonhos.
Alheada do mundo restante, da luz e da sombra, do branco e do negro.
Tinha tecido uma teia de cores que ninguém via.
Sentia-se enredada nela, imobilizada.
Nem um dedo mexia, naquela espera.
Só o vestido ondulava, convite a quem conseguisse olhá-la e ver.
Mas à volta dela, para lá da teia, todos pareciam cegos.
Talvez surdos também.
Porque, embora quieta no sonho com que se vestia,
dela saía um grito que podia acordar o mundo.
Um terrível grito de silêncio.
Alice Eiras
Devo de ir, fadas
Inseto voa em cego sem direção
Eu bem te vi, nada
Ou fada borboleta, ou fada canção
As ilusões fartas
A fada com varinha virei condão
Rabo de pipa, olho de vidro
Pra suportar uma costela de Adão
Um toque de sonhar sozinho
Te leva a qualquer direção
De flauta, remo ou moinho
De passo a passo passo...
LUIS MELODIA
Afffffffff
Lili vive no mundo do faz de conta...
Faz de conta que isto é um avião.
Zzzzzuuu...
Depois aterrizou em um piquê e virou um trem.
Tuc tuc tuc tuc...
Entrou pelo túnel, chispando.
Mas debaixo da mesa havia bandidos.
Pum! Pum! Pum!
O trem descarrilou.
E o mocinho?
Onde é que está o mocinho?
Meu Deus! onde é que está o mocinho?!
No auge da confusão, levaram Lili para cama, à força.
E o trem ficou tristemente derribado no chão,
Fazendo de conta que era mesmo uma lata de sardinha.
Todos tem seu encanto: os santos e os corruptos.
Não há coisa na vida inteiramente má.
Tu dizes que a verdade produz frutos...
Já viste as flores que a mentira dá?
(Mario Quintana)
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