terça-feira, 18 de março de 2008


Enfeitei essa tela só para você.

Distribuí os ovinhos por entre a grama,

Ajeitei as florzinhas,

Tudo com muito carinho.

E quero agora que você sinta o meu abraço

Bem apertado e cheio de saudade.

Espero que seu dia seja repleto de alegrias!



Elementais Brasileiros


A literatura brasileira na beleza pagã de seus moldes está despertando à medida que nós, nascidos do ventre dessa terra, interpretamos a natureza doce e tumultuária desse paraíso. Realmente, não há país igual no mundo como nosso Brasil. Um magnífico espetáculo nos oferece aqui, a natureza.
Nada se iguala a diversidade da flora e da fauna: árvores e quelônios trevos e borboletas, flores exóticas e aves abrindo as asas aos raios do sol, explicando com mil gorjeios a alegria que sentem.
O Brasil é um mundo à parte, botânica e zoológicamente diferente. Grandiosos, fascinante, a estimular a tendência fatal do homem para os mistérios inquietantes.

Respira-se um ar de magia!
Mas, não é só o que canta, o que grita, o que sopra, o que silva e assobia na floresta, onde as árvores se abraçam, se apertam e se confundem, mas é também essa terra, cenário e berço de um rico habitat de seres encantados.
É tão somente aqui, que encontramos Iaras sedutoras, cujos braços voluptuosos só prendem os fortes. A nossa Iara, não só faz com que nos apaixonemos por ela, mas nos transforma, nos estimula a passar por uma prova de resistência, uma forja que destrói os valores falsos e retempera os verdadeiros. O canto da Iara é a voz irresistível do nosso sangue e de nossas tradições.
Todo o Brasil está cheio de lendas românticas, práticas, enternecedoras, apavorantes ou sarcástica. São as vozes secretas das florestas, bosques, campos, rios e lagos que cantam nas vozes subterrâneas do seu mundo interior: no seu fabulário, na sua teogônia, na sua mitologia, bárbara e bela.
Ouve-se, vê-se, sente-se ou adivinha-se todo esse mundo assombroso onde duendes, gnomos, fadas, ondinas e salamandras, desfraldando as bandeiras do arco-íris nas flores, nas flores e na plumagem de nossas aves!

CAIPORA
O caipora é o ser encantado que guarda a maior das riquezas do nosso índio: a caça. Quando o caçador não lhe oferece fumo, não consegue matar um só bicho. Anda montado em um porco feroz chamado de caitetú, de cachimbo à boca. Duende tutelar das florestas cuida das árvores e dos animais, o que o torna benéfico ou maléfico aos freqüentadores dessas, segundo as circunstâncias e o seu procedimento.

MATINTAPERERA
É uma pequena coruja-duende que possui a faculdade de transformar-se em uma velha negra, de saia vermelha e toda esfarrapada que brinca ou castiga os meninos se esses são malcriados. Ela é o arquétipo da Deusa Anciã que nos proporciona um sentimento de inteireza e integridade. O modo de aprender com Matintaperera é olhar para o interior e sentir intuitivamente o que está se passando. É um ser encantado que chegou ao Brasil com o comércio dos escravos com a África.

ARACI
Na mais longínqua e remota antiguidade, Itaquê, um mortal, amou a imortal Jaci (Lua). Dessa união nasceu Araci, que ao morrer, foi elevada aos céus, por sua divina mãe, tornando-se a ninfa das manhãs e da aurora. Ela também foi, a responsável pelo nascimento do Juazeiro. Araci é um arquétipo orientado para os relacionamentos que motiva-nos a valorizar o processo criativo e nos ensina a sermos mais receptivos às mudanças. É um ser encantado relacionado com a fertilidade e prosperidade.

IARA
Moldada de acordo com as sereias irresistíveis de Ulisses, metade peixe metade mulher, a belíssimo ninfa vive nas margens do igarapés, nas bordas dos lagos, nos taludes dos rios, seduzindo os homens, encantando-os e carregando-os para o fundo. Ela é o arquétipo da transformação, pois é descendo até seus domínios que aprenderemos a sobreviver de maneira diferente e a aguardar a chance de renascer.

ICAMIABAS
São as lendárias Valquírias brasileiras que defendem seus domínios do olho cobiçoso do estrangeiro. Elas são seres feéricos que dormem no fundo dos lagos, escaldando a imaginação do povo. Elas são arquétipos da Deusa Virgem e são a pura essência da mulher e de tudo aquilo que ela valoriza. Com elas aprendemos a desenvolver a percepção enfocada, que pode ser tão penetrante ou cortante em sua habilidade de analisar, que pode ser incrivelmente preciso ou destrutivo, dependendo da intensidade e no que ela é focalizada.

ALAMOA
É uma fada-rainha que habita um lindo reino encantado em Fernando de Noronha. Seu palácio soberbo está metamorfoseado no Pico. Ela monta cães selvagens que vivem no alto dos montes soltando longos e sinistros uivos. Ela é uma fada incrivelmente sedutora que parece ter sido feita para satisfazer a volúpia dos homens. Mas cuidado com ela, pois os enamorados que transpõe a Porta do Pico, crentes que irão usufruir as delícias daquele corpo fascinante, só verão Alamoa transformar-se de repente em uma caveira. Alamoa é o arquétipo lunar que representa o caráter cíclico da vida, tão compreendido por todas as mulheres e que, permanece um completo mistério para os homens. Com essa fada podemos compreender as leis da nossa própria natureza, que não estão sujeitas a regulamentos, restrições e tabus da atual sociedade patriarcal.

JURURÁ-AÇU
É um ser feérico que por castigo, Tupã fez nascer em suas costas, uma espécie de concha e cobriu seu corpo com uma cor amarelada. Transformou-se assim, na feia, mas encantada tartaruga, que habita as águas doces dos rios. Conta outra lenda, que por ter libertado o deus infernal Anhangá, tornou-se o único ser encantado que podia entrar e sair livremente dos infernos. A concha da tartaruga, portanto, simboliza o mundo subterrâneo e o reino dos mortos, mas também está associada às idéias de fecundidade, riqueza e felicidade. Está associada com a chuva e o orvalho.

BOTO
É o ser encantado que protege os rios e que tenta unir-se sexualmente às moças virgens, às casadas e às viúvas. Para tanto, à meia-noite, transforma-se em um jovem príncipe, de espada na cintura, pluma no chapéus, punhos de renda e carregando um tamborim, senta-se num tronco da ribanceira. Sedutor e fecundador obcecado, ele sente o odor feminino a grandes distâncias. O Boto desperta em nós o arquétipo do herói, pois cada um de nós reconhece a sutil sedução dos confortos e os medos que nos paralisam. Ele é a formalização da força vital, a ativação da libido rumo a um maior desenvolvimento. O boto é símbolo de vida, fecundidade, alegria e sorte.

SUMÁ
Sumá era um "Espírito da Terra", filha de deuses misteriosos, guerreira que orientava e protegia a agricultura. Uma lenda bem antiga afirma ser ela filha de Tupã (Deus Trovão) e Jaci (Deusa Lua). Ela vagava sobre a terra envolta em uma negra manta. Sumá representa o ato de "despertar'“, nascer “ou” brotar “, que capta o aspecto ambivalente da consciência matriarcal, para o qual a luz do conhecimento” desperta “, da mesma forma que uma semente brota. Como era um arquétipo da Terra Feminina, foi considerada uma inimiga dos homens. Com Sumá aprenderemos a amar mais nossa terra, preservando a natureza e todos os seres que nela habitam, seja mineral, vegetal ou animal”.

COBRA GRANDE
É a "Senhora dos Elementos", tinha no passado poderes cosmogônicos e muitas lendas relacionadas com ela explicam a origem das espécies. Conta uma lenda que uma cunhã engravidara da coisa-má, ou por beber um ovo de mutum, onde havia um cabelo humano, dando à luz a uma grande cobra que a perseguia por toda à parte. Logrando esconder-se, foi procurada, em vão, pelo animal. Desiludido, voou para o céu, transformando-se na constelação serpentário. A Cobra Grande simboliza a dimensão mais numerosa, ameaçadora, fascinante e inconsciente da psique. Contém os opostos de matéria e espírito e, em geral, simboliza a própria essência do inconsciente. É também um símbolo fálico.

ACUTIPURU
Para nossos índios, o Acutipuru, é um pequeno roedor também conhecido por Caxinguelê, que é intocável. Acreditam que é na forma de Acutipuru que a alma abandona o corpo dos que morrem. O Acutipuru leva em si a sabedoria, as experiências e os sonhos daqueles que deixam essa vida e passam para o "Outro Mundo" cheio de mistérios. Para os caboclos, o Acutipuru é um ser encantado, mensageiro dos sonhos, que semeia nas almas adormecidas a realização dos desejos e aventuras maravilhosas. É através do Acutipuru que os sonhos podem tornar-se realidade.

CABI
O Cabi é um pequeno Tajá, que quando "curado" e cuidado, pia a chora. Deve ser plantado por um pajé ou alguém que já foi iniciado na arte da magia, em um lugar reservado perto da moradia, funcionando como um guardião-protetor. Se alguém tentar entrar na casa, estando ela deserta, transforma-se em onça ou outro animal feroz. Ás vezes pode transformar-se em veado, que mesmo que seja alvejado, nunca morre e continuará guardando a casa.

Lindaaaaaaaaa


Nada se assemelha à alma como a abelha.

Esta voa de flor para flor,

aquela de estrela para estrela.

A abelha traz o mel,

como a alma traz a luz.


Victor Hugo

Roda do Ano (Sabbhats)



No passado quando as pessoas viviam em conjunto com a Natureza o passar das estações e os ciclos lunares tinham um profundo impacto em cerimônias religiosas. Por ser a Lua vista como um símbolo da Deusa cerimônias de adoração e magia aconteciam sob sua luz. A chegada do inverno, as primeiras atividades da primavera, o quente verão e a entrada do outono também eram marcadas por rituais.

O calendário religioso Wiccaniano possui 13 celebrações da Lua Cheia e 8 Sabaths.

Quatro dessas noites são determinadas pelos solstícios e equinócios, o início astronômico das estações. Os outros 4 rituais baseiam-se em antigos festivais folclóricos, os rituais estruturam e ordenam o ano Wiccaniano além de nos lembrar do infinito ciclo que perdurará muito depois que partirmos.

Os Sabaths são rituais solares assinalando pontos no ciclo anual do Sol e constituem apenas metade do ano ritual Wiccaniano. Os Esbaths são as celebrações Wiccanianas da Lua Cheia, nesta data nós reunimos para cultuar a Deusa, não que omitamos o Deus nos Esbaths pois ambos são normalmente reverenciados em todas as ocasiões.

Anualmente ocorrem 12 ou 13 Luas Cheias ou 1 a cada 28 1/4 dias, a Lua é um símbolo da Deusa bem como uma fotne de energia, assim após os aspectos religiosos dos Esbaths muitos bruxos costumam praticar magia, desfrutando do maior poder energético deste período.

Os sabaths nos contam uma das estórias da Deusa e do Deus, de sua relação e de seus efeitos sobre a fertilidade da Terra. Muitas são as variações destes mitos, mas eis aqui um relativamente comum, entrelaçando as descrições básicas dos sabaths :

Yule ou Solstício de Inverno - Representa o nascimento do Deus, é a noite mais escura do ano e marca o apogeu da escuridão na Terra. Por outro lado é o primeiro dia de sua decadência pois a Criança Sagrada, o Menino Sol nascerá trazendo a Luz ao Planeta, assim também marca o retorno da força solar. Em Yule é tempo de celebrar o início de todas as coisas e devemos meditar sobre novos projetos, novos amores, nova vida, ...

Imbolc ou Candlemas - Imbolc vem para confirmar Yule, a Deusa retorna ao seu povo em Imbolc, novamente virgem trazendo com ela novas esperanças, nova promessa de vida. O Deus agora já não é mais uma criança e agora se apresenta como um belo jovem que com o passar dos dias se fortifica, em Imbolc devemos nos livrar de tudo o que é velho e desgastado para darmos lugar ao novo.

Ostara ou Equinócio de Primavera - Em Ostara comemoramos o primeiro dia da Primavera, na natureza tudo desabrocha: a Deusa cobre a terra com um manto de fertilidade e juntamente ao Deus estimula todos os seres vivos a reprodução. O Deus agora mais maduro esta cada vez mais forte, é tempo de enfeitar o altar com flores e frutos da época.

Beltane - É o período que o Deus torna-se sexualmente maduro, agora ele é um Homem que apaixona-se pela Deusa e juntos fazem Amor pelos campos - A Sagrada União que tudo fecunda. O Caldeirão deverá estar cheio d'agua em Beltane com flores boiando dentro, também deve-se erguer um pau, tronco ou bambu e amarrar em sua extremidade mais alta fitas de várias cores. Cada membro do coven deve pegar uma ponta da fita e todos devem girar enrolando-a. O bambu representa o fallus do Deus - seu orgão genital.

Litha ou Solstício de Verão - Agora toda a Terra encontra-se banhada pela Fertilidade da Deusa e do Deus, este esta no auge de sua força fazendo com que os dias sejam maiores do que as noites. Devemos nos lembrar porém que se aproxima o momento dele começar a definhar, em seu altar coloque ervas solares e girassóis para representar a potência do Deus.

Lammas ou Lughnasadh - É o período da colheita quando a Natureza mostra seus frutos, o Deus gradativamente enfraquece e a Deusa observa a queda de seu amante, sabendo que dentro dela ele vive como semente. Aos poucos as noites começam a ficar mais longas devido ao enfraquecimento do Sol. No altar devemos depositar ramos de trigo e espigas de milho, na noite de Lammas devem ser servidos pães e bolos, é tempo de colher o resultado de nossas ações e de agradecer por dadivas alcançadas.

Mabon ou Equinócio de Outono - A colheita iniciada em Lammas agora atinge seu ponto máximo, os dias e as noites são de igual duração e o Deus prepara-se para partir para a Terra de Verão onde irá descansar e recobrar suas forças. Esse falecimento pode ser visto também na Natureza que prepara-se para a chegada do Inverno. Nesse período o altar deve conter folhas de plantas da estação e alguns frutos. O Deus agora é louvado em seu aspecto de semente e a Grande Mãe em seu aspecto de Provedora.

Samhain - Este dia marca a ida do Deus ao Reino dos Mortos, é o ponto de maior auge na Roda do Ano e é considerado o Ano Novo Pagão, nessa data a barreira entre os mundos se torna mais tenue, facilitando assim o contato com entes queridos que já se foram. Métodos diviniatórios devem ser praticados nessa noite e o altar deve conter folhas de ciprestes, abóboras, velas pretas e laranjas. Em Samhain é tempo de reflexão: de olharmos para nossos atos e compreendermos o significado de nossas experiênicas. Apesar de ser a noite da partida do Deus não deve ser encarado com tristeza pois ele ainda vive dentro da Deusa como seu filho : É a esperança, a promessa de Luz que se concretizará em Yule.

Alguns bruxos comemoram a Roda do Ano pelo Hemisfério Norte, eu já comemoro pelo Hemisfério Sul pois a Roda marca os ciclos da Natureza, assim irei colocar os Sabaths das duas datas.


Data no Hemisfério Sul e no Hemisfério Norte
02 - Fevereiro>>> Lammas (H. Sul) / Candlemas (H. Norte)
21 - Março>>> Mabon (H. Sul) / Equinócio da Primavera (H. Norte)
01 - Maio>>> Samhain (H. Sul) / Beltane (H. Norte)
21 - Junho>>> Yule (H. Sul) / Litha (H. Norte)
01 - Agosto>>> Candlemas (H. Sul) / Lammas (H. Norte)
22 - Setembro>>> Equinócio da Primavera (H.Sul) / Mabon (H. Norte)
31 - Outubro>>> Beltane (H. Sul) / Samhain (H. Norte)
21 - Dezembro>>> Litha (H. Sul) / Yule (H. Norte)




O sábio tem o sol e a lua a seu lado.
Ele traz o universo debaixo do braço.
Ele integra tudo num harmonioso todo,
desvaloriza o que é confuso e obscuro,
e privilegia o que é humilde e honroso.
(Tchuang-Tseu)

Presentes de Graciela









Temos nosso pincel e nossas tintas: pintemos o paraíso e entremos nele.
(Nikos Kasantizakis)