quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008


pousa as mãos nos meus olhos, com carinho,
fecha-os num beijo dolorido e vago
e deixa-me chorar devagarinho
(Florbela Espanca)


A minha pele colhe arrepios
na noite fria faço do meu cobertor
poema dos teus abraços
aqueçendo-me do teu amor.
(Bardo Brasil)

Minhas Horas


A luz e a sombra estão em mim. Preste atenção aos ponteiros do relógio, as estações do ano e nas fases da lua. Saberás quando serei minha e quando serei tua. Saberás quão forte brilha meu sol e sorriso, terás o calor, o corpo e o amor na medida que abrir seus olhos ao sutil. "O essencial é invisível aos olhos"... Os detalhes sempre passam despercebidos e são eles que no fundo contam, são eles que derrubam ou levantam.
O ponteiro na hora certa faz trepidar meu relógio, faz eu despertar ecoando o canto das sereias e faz eu te conduzir a lugares nunca antes revelados. Meu corpo é um relógio, uma bomba, uma rosa.
A sedução e o mistério te atraem, sei que primeiramente vens pelo meu brilho e pelo meu desenho de fêmea, mas não sabes que sou alma antiga, alma guerreira, alma ferida. Tenho meus medos, fraquezas e fúrias... São tantas as minhas ruas e todas elas se encontram. Por quais queres andar, que horas, que lua, que mulher vais querer?
Acharás o caminho da cura, do prazer, da liberdade, mas todos eles te guiarão à perdição. Não voltarás, não quererás voltar... e se regressar ao teu mundo, não serás mais o mesmo; não desejarás pouco, minutos não serão suficientes, desenhos, curvas e brilhos serão ilusórios, buscarás uma mulher para todas as horas, para todos os caminhos e prazeres, para teus risos e lágrimas, para teu corpo, sexo, mundo... E segundamente virás... não pela magia cintilante e curvilínea, mas pela essência antiga e pontual de uma mulher para todas as tuas horas.
(Carolina Salcides)

TRÊS GOTAS DE MAR ATLÂNTICO


Querias um homem,
mas fazes de mim um deus
na cruz de teus braços.

Saciada de beijos,
entregas-me, enfim, a taça
do teu melhor vinho!

Soutien no leito...
Onde o refúgio dos pássaros
distantes do ninho?

A. Estebanez
(Do livro Tori – no prelo)

A Criança Que Pensa Em Fadas


A CRIANÇA que pensa em fadas e acredita nas fadas
Age como um deus doente, mas como um deus.
Porque embora afirme que existe o que não existe
Sabe como é que as cousas existem, que é existindo,
Sabe que existir existe e não se explica,
Sabe que não há razão nenhuma para nada existir,
Sabe que ser é estar em algum ponto
Só não sabe que o pensamento não é um ponto qualquer.
(Alberto Caeiro)

Feitiços e Magia
Antes de tudo, é necessário lembrar que a boa Bruxaria, sobretudo em relação à magia amorosa, não ensina a escravisar ninguém e nem impor a sua vontade às pessoas. A paixão pode ser provocada, NUNCA imposta. A Bruxaria respeita as Leis da Natureza, ensinando-nos a viver em harmonia com elas. O grande segredo é despertar o amor dentro de você, pois ele contagia, e seu perfume embriaga a quem estiver por perto...

Ritual do Elemento Fogo

O Fogo proporciona entusiasmo e otimismo. Aumenta a criatividade e o bom humor. Atenção: não realize o ritual na Lua Minguante!
Com um pouco de algodão, passe óleo em uma vela vermelha. Pode ser óleo de bebê, óleo aromático, de amêndoas etc... Acenda a vela e concentre-se na chama energizante e purificadora, pensando em seu pedido. Deixe a vela queimar até o fim e aguarde os resultados.



A Dúvida

Um dia apareceste na minha vida,
Incentivou-me com palavras carinhosas
De repente sumiu sem dar a mínima
Será verdade mesmo que partiste?
Ou tuas palavras foram apenas caridosas?

Passei muitas horas, passei muitos dias
Magoado, apaixonado, bastante triste,
A todo momento a mesma pergunta,
Era ouvida como faca em riste...
Será verdade mesmo que partiste?

Sem tanta demora enviei-te uma carta
Que não teve a devida resposta...
Será verdade mesmo que partiste?
Passado algum tempo voltou,
Se voltou pra mim, é porque gosta...

Até hoje prosseguimos com o nosso amar
Será verdade mesmo que partiste?
Isso foi mentira,
Ou foi uma inverdade impensada...
Agora em todos meus poemas
Vou cantar
A glória apetecida da nossa felicidade.
(GOETHE)