Entre Fadas e Borboletas circulamos. Neste movimento transitório, inalterável, percorremos. Entre mistérios e paraísos lilases equilibramos. Entre matizes rosas e azuis voamos. E nos canteiros perfumados cultivamos. As flores mais lindas colhemos. Rosas vermelhas ou brancas exalamos. E nas manhãs de verão, nos amamos. (Paty Padilha)
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
“Para atravessar agosto é preciso antes de mais nada paciência e fé.
Paciência para cruzar os dias sem se deixar esmagar por eles, mesmo que nada aconteça de mau;
fé para estar seguro, o tempo todo, que chegará setembro
— e também certa não-fé, para não ligar a mínima às negras lendas deste mês de cachorro louco.(...)”
Caio Fernando Abreu
sábado, 20 de agosto de 2011
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
”Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança. Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade. Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a apena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for. E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.”
Lya Luft
"...Dádiva"
Derrama sobre mim tua esperança de homem,
tanto tempo contida:
planta em meu solo a árvore da renovação,
mais alta do que a noite escura.
Larga a solidão, apaga a desesperança,
inventa um novo reino
onde as águas não são naufrágio,
nem o amor desengano.
Vem para esta enseada, onde há ventania
e risco, mas podes ancorar teu coração
depois da longa procura,
para que ele pouse e pulse e brilhe
como a estrela-do-mar em seu fundo
de oceano.
Lya Luft
Os meus bens são muitos.
A loucura, a coragem, a ambição e a inquietação.
A sorte dos amores e os delírios da solidão.
O amor pelos cometas, pela água e pelas pessoas.
Desejo à você, inteligência e astúcia, um olhar curioso,
um olfato dotado de memória, uma boca pronta para sorrir
e para esbravejar com precisão divina.
Braços que nunca evitem e passos que te sustentem na firmeza.
Desejo-te a sorte de ter
O SENSO DO TEMPO QUE TÊM AS ESTRELAS,
a tenacidade das formigas e as incertezas de todos os templos.
_ A. Mastretta
[Tradução Livre]
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Que prazer rever Você!
Há coisas
que a gente não nota
porque são muito pequenas
para serem vistas.
Mas há outras
que a gente não vê
porque são imensas.
Robert Pirsig, in
"Zen:
uma investigação sobre valores."
Oh Deus, eu que já fui muito ferida.
Mas quanta gente tenho pelo que agradecer.
Só não cito os nomes para não ferir o pudor de quem eu citasse.
Tenho recebido olhares que valem por uma reza.
E há quem já tenha feito promessa por mim.
E eu?
Vou tentar rezar agora mesmo, despudoradamente em público.
É assim: - Meu Deus - não, é inútil, não consigo.
Mas talvez dizer "Meu Deus" já seja uma reza.
Há, porém, um pedido que posso fazer e farei agora mesmo:
Deus, fazei com que os que eu amo não me sobrevivam, eu não toleraria a ausência.
Pelo menos isso eu peço.”
[ Clarice Lispector ]
BABY — Você não me entende porquê você nos divide em dois: eu e você.
Não existe divisão.
Eu não sou só eu.
Eu sou também você e todos os outros, e todas as coisas que eu vejo.
Você não me entende porque você nunca me olhou.
Olhe firme no meu olho, me encara fundo.
A gente só consegue conhecer alguém ou alguma coisa
quando olha para ela bem de frente, cara a cara.
Me diz o que é que você está vendo no fundo das minhas pupilas?
LEO - No fundo das tuas pupilas eu vejo meu próprio rosto.
BABY - E no fundo das suas pupilas eu vejo o meu próprio rosto.
Quando eu olho no seu olho eu sou você e você é eu.
Se você tiver medo de mim é porque você tem medo de você.
Me diga agora, outra vez: você tem medo de mim?
Caio F A
Não Me Sinto Mudar
Não Me Sinto Mudar Não me sinto mudar. Ontem eu era o mesmo.
O tempo passa lento sobre os meus entusiasmos
cada dia mais raros são os meus cepticismos,
nunca fui vítima sequer de um pequeno orgasmo
mental que derrubasse a canção dos meus dias
que rompesse as minhas dúvidas que apagasse o meu nome.
Não mudei. É um pouco mais de melancolia,
um pouco de tédio que me deram os homens.
Não mudei. Não mudo. O meu pai está muito velho.
As roseiras florescem, as mulheres partem
cada dia há mais meninas para cada conselho
para cada cansaço para cada bondade.
Por isso continuo o mesmo. Nas sepulturas antigas
os vermes raivosos desfazem a dor, todos os homens pedem de mais para amanhã
eu não peço nada nem um pouco de mundo.
Mas num dia amargo, num dia distante
sentirei a raiva de não estender as mãos
de não erguer as asas da renovação.
Será talvez um pouco mais de melancolia
mas na certeza da crise tardia
farei uma primavera para o meu coração.
Pablo Neruda
Sabedoria
Enquanto disputam os doutores gravemente
sobre a natureza
do bem e do mal, do erro e da verdade,
do consciente e do inconsciente;
enquanto disputam os doutores sutilíssimos,
aproveita o momento!
Faze da tua realidade
uma obra de beleza
Só uma vez amadurece,
efêmero imprudente,
o cacho de uvas que o acaso te oferece...
Ronald de Carvalho
(1893-1935)
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Uma vida sem sustos.È o que desejo pra mim.
Não estou dizendo uma vida sem decepções,
frustrações ou êxtases: sem sustos apenas.
Quero aceitar a potência dos meus sentimentos
e não ficar embaraçada diante de reações incomuns.
Poder receber uma ventania de pé,
mesmo que ela me desloque de onde eu estava.
De pé, mesmo com medo.
Martha Medeiros
Assinar:
Postagens (Atom)