Entre Fadas e Borboletas circulamos. Neste movimento transitório, inalterável, percorremos. Entre mistérios e paraísos lilases equilibramos. Entre matizes rosas e azuis voamos. E nos canteiros perfumados cultivamos. As flores mais lindas colhemos. Rosas vermelhas ou brancas exalamos. E nas manhãs de verão, nos amamos. (Paty Padilha)
segunda-feira, 17 de março de 2008
Palavra feia
No fundo nem sei se sou fruto, se sou pecado, se sou santa do mal encapuzado. Não tenho gosto de maracujá, mas tenho cheiro no corpo todo, nos cabelos, no andar. Sou açaí, sou pitanga amarga, sou manga doce, sou tudo "como se fosse" e no fundo nem o que ousas imaginar... Sou mais do sentir, sou mais do tocar... Sou como a palavra dificil e feia, mas que tem um significado bonito e que só o nome é esquisito de se falar. Não sei do que me visto para ti, se de verso ou se de rima, se de fruta ou fantasia; mas no fundo ser o que sou (e desconheço) me fascina, porque posso provar o gosto selvagem da vida em sua seiva que em mim germina.
(Cáh Morandi)
BORBOLETA, BORBOLETINHA, BORBOLETINA, BORBOLETEANDO
Vinda vestida de arco-Íris surge uma menina
Enfeitada e colorida
Que dança no meio das flores
E rouba mel
E sai melada de perfume
Corre para mostrar seus sonhos
Colorida e enfeitada
Esquece seu passado de lagarta
Quer ser atriz de novela
Mas é tão louca
Tão avoada
Transa com besouros
Bebe com insetos
Continua assim
Voando
Por entre flores e quintais alheios
(Carlos Kallil)
Aberto a todas as formas
Meu coração está aberto a todas as formas:
É uma pastagem para as gazelas,
E um claustro para os monges cristãos,
Um templo para os ídolos,
A Caaba do peregrino,
As Tábuas da Torá,
E o livro do Corão.
Professo a religião do amor,
E qualquer direção que avancem Seus camelos;
A religião do Amor
Será minha religião e minha fé.
(Ib'n Arabi - Século XII)
Shiori Matsumoto
Não tenho mais os olhos de menina...
O que te posso dar é mais que tudo
O que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade, que consegue rir
Quando em outros tempos, choraria...
Isso te posso dar: um mar antigo
E confiável, cujas marés,
Mesmo se fogem, retornam;
Cujas correntes não levam destroços,
Mas levam ao abraço das areias.
(LYA LUFT)
Não tenho mais os olhos de menina...
O que te posso dar é mais que tudo
O que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade, que consegue rir
Quando em outros tempos, choraria...
Isso te posso dar: um mar antigo
E confiável, cujas marés,
Mesmo se fogem, retornam;
Cujas correntes não levam destroços,
Mas levam ao abraço das areias.
(LYA LUFT)
Solidão
A solidão é como uma chuva.
Ergue-se do mar ao encontro das noites;
de planícies distantes e remotas
sobe ao céu, que sempre a guarda.
E do céu tomba sobre a cidade.
Cai como chuva nas horas ambíguas,
quando todas as vielas se voltam para a manhã,
e quando os corpos, que nada encontraram,
desiludidos e tristes se separam;
e quando aqueles que se odeiam
têm de dormir juntos na mesma cama:
então, a solidão vai com os rios...
(Reiner M. Rilke)
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