quinta-feira, 24 de julho de 2008


De quantas graças tinha, a Natureza

Fez um belo e riquíssimo tesouro,

E com rubis e rosas, neve e ouro,

Formou sublime a angélica beleza.




Pôs na boca os rubis, e na pureza

Do belo rosto as rosas, por quem mouro;

No cabelo o valor do metal louro;

No peito a neve em que a alma tenho acesa.






Mas nos olhos mostrou quanto podia,

E fez deles um sol, onde se apura

A luz mais clara que a do claro dia.




Enfim, Senhora, em vossa compustura

Ela a apurar chegou quanto sabia

De ouro, rosas, rubis, neve e luz pura.






Luís de Camões




"Quem me ama tem de me adivinhar...



Não pode ficar à espera de ordens!"





in 'Quaresma',

de José Álvaro Morais

Sonhar é acordar-se para dentro.

Mário Quintana