domingo, 18 de novembro de 2007

Incontida


Incontrolável é essa mania de sonhar,
Voar aos céus de novembro às vezes
Cinza, às vezes luminoso e risonho.
Essa vontade doida de ser mais
E obter mais que pequenos milagres.
Mais e mais até o sumo do fruto
Mais doce e desejado.
Até o cerne das coisas vivas.
Mais até que um simples fato,
Amar-me é um ato de misericórdia.
Porque sou a própria célula ativa,
Vou respirando o ruído das feras
O hálito quente dos vulcões,
Sou quase perfeita para teu desejo,
Quase feita para teu beijo... Quase!
E me escondo nas simples necessidades
Aquelas que passam ao longo dos dias
Isoladas, mas sou um furacão aqui dentro
Tempestade, violência, demência.
Sou alivio desespero, sou a dor.
Incontida eu queimo e na ardência
Percebo patética:
Ah eu sou toda feita para o amor!
(Claudia Morett)

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