quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Apenas uma lembrança assimétrica...



As folhas caiam quais gotas de orvalho
e espalhavam-se no ar.
A árvore mudava a sua copa outonal
e era também outono em seu coração...

E lá estava ela a contemplar a rua,
a olhar o nada como se esperasse alguém
mesmo sabendo que esse alguém não viria

Seus longos cabelos negros dividiam-se em tranças
e seu sorriso lindo de criança esmaecera,
mas, inexplicavelmente
ela não estava triste
estava aliviada por se haver livrado,
ainda que por apenas um dia,
do vil soldado do inferno que lhe atormentava.

E olhos negros a fitar a rua
percebeu ao cair da tarde
o nascer da lua
que nua
lhe dizia: Há vida!
(Ariadna Garibaldi)