Entre Fadas e Borboletas circulamos. Neste movimento transitório, inalterável, percorremos. Entre mistérios e paraísos lilases equilibramos. Entre matizes rosas e azuis voamos. E nos canteiros perfumados cultivamos. As flores mais lindas colhemos. Rosas vermelhas ou brancas exalamos. E nas manhãs de verão, nos amamos. (Paty Padilha)
domingo, 2 de março de 2008
Maçã
A maçã perdura o gosto ácido
nas células do corpo e na saliva.
Na cesta de frutas, a maçã sobressai
um vermelho visível e indelével à lembrança.
O gosto da maçã é perpétuo na mastigação dos anos
e na solidão de uma viagem interior.
Na mesa, a maçã cortada numa mordida inesquecível
ao tato e ao olhar - dentro de si
a semente da imortalidade.
A maçã mordida sangra a realidade
do ciclo de nutrir e nutrir-se
a cada realimentar.
O sumo e o suco da polpa,
da carne. Pele de maçã.
Carne e cerne de maçã.
O perfume da fruta impregnando
lentamente cada movimento
e cada gesto.
A maçã oferecida,
fruto de um pecado originalíssimo.
Criatividade cria atividades.
Morde e alimenta
alimenta e morde
até sangrar e frutificar.
Até multiplicar.
(Valeria Braga)
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