sexta-feira, 4 de abril de 2008



É estranho imaginar que tantos passam, e tantos passos perdem a cor no caminho. É estranho imaginar que poucos podem passar e quando passam, passam por cima de outros que não podem. Não querem passar. Cruzar de caminhos, cruzar de mundos em uma rapidez alucinante. Estou assustada. Sinto uma leve vontade de gritar. Meus passos serão mais ruidosos do que meu grito? Talvez. Cortam meu caminho a todo instante. Eu corto também, e não me machuco por isso. Pelos pés, passos, pelos passos, pêlos. Descanso.
(Bruna Hercog)