sexta-feira, 18 de junho de 2010

Perdemos Saramago!!



A causa da morte do escritor português José Saramago foi falência múltipla de órgãos em decorrência de uma doença não revelada contra a qual ele lutava havia já algum tempo. A informação é da Fundação José Saramago, instituição sem fins lucrativos destinada a estudos literários. O comunicado da entidade afirmou que "o escritor morreu na companhia de sua família, dizendo adeus de uma maneira serena e plácida". Ele era casado com a jornalista espanhola Pilar del Rio e tinha uma filha do primeiro casamento. A expectativa, segundo familiares, é de que o corpo de Saramago seja levado amanhã a Lisboa, onde será velado e cremado.

Segundo o site do jornal português Público, Zeferino Coelho, editor de Samarago, disse que o escritor morreu em sua casa, em Lanzarote, nas Ilhas Canárias. Sem entrar em detalhes, Coelho informou que a saúde do escritor de 87 anos havia de deteriorado nos últimos meses, por causa da doença. O jornal português Diário Econômico afirmou que Saramago sofria de graves problemas respiratórios.

O primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, qualificou Saramago como "uma de nossas grandes figuras culturais" e disse que "seu desaparecimento empobrece nossa cultura". Já o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, manifestou pesar pela "morte de um homem que, com sua obra, deixou uma extraordinária contribuição para a literatura mundial e para a valorização da língua portuguesa, além de representar, por sua conduta pessoal, um exemplo de atuação em favor de um mundo mais justo".


Vida


Nascido em 1922, em Azinhaga, no Ribatejo, a aproximadamente cem quilômetros de Lisboa, o autor recebeu o prêmio máximo da Literatura em 1998. Entre os livros de Saramago estão "O evangelho segundo Jesus Cristo", que despertou fortes críticas do Vaticano, além de "Ensaio sobre a Cegueira" e "A jangada de pedra". Sua última obra é "Caim", publicado em 2009.

Em alguns momentos, Saramago chegou a ser comparado com outro Nobel de Literatura, o colombiano Gabriel García Márquez, pois alguns viram no europeu uma pitada do realismo mágico latino-americano, particularmente na estratégia de mesclar personagens fictícios com outros, históricos.

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