quinta-feira, 11 de agosto de 2011



Esta manhã encontrei o teu nome
nos meus sonhos
e o teu perfume a transpirar na minha pele.
E o corpo doeu-me onde antes os teus dedos foram aves
de verão e a tua boca deixou um rasto de canções.

No abrigo da noite,
soubeste ser o vento na minha camisola;
e eu despi-a para ti,
a dar-te um coração que era o resto da vida
como um peixe respira na rede mais exausta.

Nem mesmo à despedida
foram os gestos contundentes:
tudo o que vem de ti é um poema.
Contudo, ao acordar,
a solidão sulcara um vale nos cobertores
e o meu corpo era de novo
um trilho abandonado na paisagem.

Sentei-me na cama
e repeti devagar o teu nome,
o nome dos meus sonhos,
mas as sílabas caíam no fim das palavras,
a dor esgota as forças,
são frios os batentes nas portas da manhã.

Maria do Rosário Pedreira


Um comentário:

Anônimo disse...

É linda, triste, de emocionar!