quinta-feira, 25 de outubro de 2007


É preciso ir buscar o que queremos.
E pagar o preço.
Mesmo de rastos.
A visão toldada pelo sufoco das prisões abertas.
Com um rasgo certeiro no coração.
Os sentimentos em ruínas.
Enlutados pelos afectos consumidos.
E caminhar à volta de nós.
Como se fossemos uma ilha.
Segurando nas mãos uma chama invisível.
Sustentando o peso dos olhares condenatórios.
Contrariando o medo.
A solidão.
A rejeição.
Até que um sopro de ar fresco venha resgatar o grito apertado entre os lábios.
Porque não há outra forma de ir buscar o que queremos.
Porque a liberdade de ir por onde queremos ir é o único preço justo.
(Maria José Quintela)