quinta-feira, 6 de dezembro de 2007


Tocamos as palavras
com o pó da ternura
de tempos infinitos
de indizíveis esperas
Estendo as mãos vazias
e pinto-as do brilho nacarado
das palavras caladas
que retemos na sombra púrpura
adiada e estéril.
As que sabemos
de obscuros sentidos
inventados e doces.

(marcam-me a face espanto e emoção)

Explodem as palavras
em silêncios alados
e são pele e sangue
mágoa e fulgor
e são todas vida
e são todas morte.

(marcam-me a face espanto e emoção)

Talvez por isso
se nos selem os lábios
se nos fechem os sentidos
na gaiola do tempo
Talvez por isso
teus dedos abrasados
afaguem no meu rosto
os traços da doçura.

- marcam-me a face espanto e emoção -
(Aida Fazendeiro - Portugal)

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