terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Canção do caminho


Por aqui vou sem programa,
sem rumo,
sem nenhum itinerário.
O destino de quem ama,
como o trajeto do fumo.

Minha canção vai comigo.
Vai doce.
Tão sereno é seu compasso
que penso em ti, meu amigo.
- Se fosse,
em vez da canção, teu braço!

Ah, mas logo ali adiante
- Tão perto! -
acaba-se a terra bela.
Para este pequeno instante,
Decerto,
é melhor ir só com ela.

(Isto são coisas que digo,
que invento,
para achar a vida boa...
A canção que vai comigo
É a forma de esquecimento
Do sonho sonhado à toa...)
(Cecília Meireles)

Nenhum comentário: