segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Os Elfos


Em todas as épocas, os homens sempre acreditaram em forças, poderes e seres ocultos. Ao contemplarem o azul celeste, viram deuses e os descreveram. Ao olharem o mar e mergulharem em suas águas, encontraram um estranho habitante coberto de escamas. A curiosidade entretanto, levou-os a pesquisar mais a fundo e descobriram então, um mundo de corais, arrecifes, seres com variadas formas, inclusive com dorso humano e rabo de peixe. E, por último, os olhos humanos voltaram-se para a terra, aventurando-se nos bosques, nas montanhas, nos lagos e nos rios. Ali sussurravam um universo de presenças invisíveis. Eram eles: fadas, ninfas, gnomos, elfos, gigantes e anões.
Foi então, que os homens, fascinados com a existência destas criaturinhas, foram em busca de um maior conhecimento de toda esta gama de magníficos seres.
É na península escandinava (formada pela Finlândia, Noruega e Suécia), que encontramos as mais belas descrições dos Elfos, considerados membros de uma antiga cultura, amantes da música, da dança e das artes. Dominam também, os segredos da natureza e de ervas mágicas, conhecem os astros, viajam sobre os raios do sol, podem atravessar qualquer elemento, entretanto, preferem a cercania das águas.
Os Elfos só se popularizaram a partir das descrições e imagem do filme "O Senhor dos Anéis", mas eles já faziam parte de mitos e lendas de muitas outras culturas.
Estes seres são uma raça ancestral, que quando as tribos humanas primitivas se dedicavam a lutar entre elas, eles já navegavam pelos oceanos e traçavam cartas estelares.
Ao negar a crença em fadas e elfos, o homem moderno também renega sua própria infância aqui na terra. Será que o ideal racionalista e materialista do século atual tem razão contra os vários milênios de crenças? Em nome de que razão estreitamente cartesiana haveria de se negar a presença de entidades intermediárias que asseguram a relação entre o homem, a natureza e o divino?
A resposta não está só na Igreja com seus dogmas monoteístas, que muito fizeram, é bem verdade, para demonizar os representantes do Pequeno Povo, mas também no homem que, para industrializar a sociedade teve primeiro que negar os espíritos guardiãs da natureza. Hoje colhemos os frutos dessa decisão: contaminação do ar e das águas, superaquecimento do planeta que estão provocando furacões e catástrofes ecológicas, epidemias, etc. Se o homem temesse a vingança das ondinas e das sereias, se atreveria a encher de detritos e nitratos os rios e os oceanos? Contaminaria a atmosfera com as chaminés das fábricas?
Muito embora o homem não creia nos elementais da natureza, isso não impede que esses elementos façam a natureza enlouquecer. Não seriam a multiplicação dos tremores de terra uma advertência dos gnomos? O nascimento de inúmeros furacões, um grito de alerta dos silfos? Os tsunamis, agora tão devastadores, uma reação das ondinas e das nereidas? E os incêndios florestais da atualidade, uma condenação das salamandras?
O homem atual, tão sábio e poderoso, poderá agora encontrar solução para esses problemas que ele mesmo criou? Para quem não crê em magia, mas só na ciência e em seu convencimento político, vai ser bem difícil conter a fúria da natureza, pois os devas da natureza não são previsíveis e muito menos corruptíveis, não se vendem, nem aceitam receber "mensalões", estão pouco ligando para o poder ou para riqueza material. Os elementais só nos ajudarão se também forem ajudados, se tivermos como meta, assim como eles, a preservação da vida.
(Rosane Volpato)

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