terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Receio


Este medo de amar, este receio
que eu dissimulo, às vezes, num sorriso,
talvez lembre uma dor que cicatrizo
e procuro esconder do olhar alheio.
Eu creio ainda no amor, mas também creio
que para a gente amar será preciso
ter na alma o inferno enquanto o Paraíso
faz-se a ilusão do nosso eterno anseio.

No princípio, é o amor-felicidade,
depois - o rompimento, a dor, saudade,
o desgosto infinito de viver...

Tudo porque se desejou que a vida
fosse a felicidade prometida
no efêmero momento do prazer...
(Othon Costa)