segunda-feira, 3 de março de 2008

Soneto do Olhar


(Para os teus olhos, para os teus olhares
o Soneto bordado de saudade
e a lisonja das sílabas de seda.)

Pelo céu, pela noite, pelos mares,
— Via-láctea de amor e claridade —
o teu olhar é plácida alameda,

onde a minh'alma, anêmica e doente,
anda bebendo o ar da vida nova,
nesse quebranto do convalescente
que fugiu ao mistério duma cova.

(já estive à morte, sendo assim tão moço...)
— Tarde de calma e de melancolia
é o teu olhar; e, quando me olhas, ouço
tocar dentro de mim Ave-Maria.
(Guerra-Duval)

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