quarta-feira, 9 de abril de 2008

CASA ABANDONADA


Eu já morei naquela casa. Está deserta.
Olha o jardim: a porta inda está aberta.
Pode-se entrar... Ali, nesse canteiro
eu plantei certa vez um pequeno craveiro.
Já morreu. Morre tudo... Afinal só subsiste
a saudade de tudo...

E a saudade é tão triste...

Tu moraste também no meu peito, querida...
Hoje que me deixaste, a minha pobre vida
é uma casa deserta igual a essa que viste.

E uma casa deserta - ó meu bem! - é tão triste...



MENOTTI DEL PICCHIA