quarta-feira, 9 de abril de 2008


Na primavera,
andarei com o amor, lado a lado,
e cantaremos juntos entre as colinas;
e seguiremos as pegadas da vida,
que são as violetas e as margaridas;
e beberemos a água da chuva,
acumulada nos poços,
em taças feitas de narciso e lírios.


No verão, deitar-me-ei ao lado do amor
sobre camas feitas com feixes de espigas,
tendo o firmamento por cobertor
e a lua e as estrelas por companheiras




No outono,
irei com o amor aos vinhedos
e nos sentaremos no lagar,
e contemplaremos as árvores
se despindo das suas vestimentas douradas
e os bandos de aves migratórias
voando para as costas do mar.

No inverno,
sentar-me-ei com o amor
diante da lareira e conversaremos
sobre os acontecimentos dos séculos
e os anais das nações e povos.

O amor será meu tutor na juventude,
meu apoio na maturidade,
e meu consolo na velhice.

O amor permanecerá comigo
até o fim da vida,
até que a morte chegue,
e a mão de Deus
nos reuna de novo.
(Gibran Kahlil Gibran)