sexta-feira, 18 de abril de 2008

Menina


Não precisa ficar com ódio até crescer, quando ele abrir a porta e com mãos adultas esmagar seus sonhos de criança, haverá no gesto delas o desespero de um adulto tentando abrir com força uma caixinha de música, que nunca mais tocou ao seu coração rude. Não vê como bravo, ele está triste, procurando a infância dentro de você? Não vê como os seus braços, violentos, apertam tanto, tanto... querendo abraçar? Não vê como seus olhos duros estão querendo chorar? Vem, moço, vem brincar no balanço e no gira-gira. Vem ver a pequenina bailarina rodar.


Rita Apoena