terça-feira, 11 de agosto de 2009

ESCREVO


Querido amigo gostava de enviar-te
o canto lavado dos pássaros
nos plátanos de Alcobaça

do mosteiro o silêncio coalhado
no sono púrpura de Inês e Pedro

da luz a mais desvelada a da Foz
por onde o mar regressa
chapinhado de infância e sal

enviar-te enfim o pequeno país íntimo
adjacente ao litoral do coração

porque um dia entraste na minha casa
e inesperadamente
todas as janelas se abriram


Soledade Santos

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