segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Tudo versa



Por conta da emoção poeta
De seres tão abissais,
Um rio desagua o dique
Que versa nos meus quintais,
E cospe lindas centelhas,
Candeias que despem luz,
Manhãs parindo rimas,
De pato e mar azuis...
Campeiam em altos montes,
Nos bondes, nos botequins,
Nos lumiares, nos antros,
Nas matas dos curumins,
No pólem duma abelha
No beijo que foi roubado,
Na vida da costureira,
Do coração enganado,
Tudo que existe versa,
Nos sonhos de qualquer cena,
O mote mais impreciso
Tem luz no fim do poema.

Nina Araujo

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