domingo, 28 de outubro de 2007


Agora sim, só agora, mirando-me em vazante calma, cumpridora de passagens, sei brotar em mim essa coragem de tomar nas mãos o frágil mistério: vida do meu tamanho, coisa que me quer e que eu não quis, quero-lhe agora, porque preciso. Finalmente.

Surjo - e suplico - para que eu não passe de mim. Para que eu me leve no meu corpo, esse abrigo que é minha casa, sem abandonar-me de novo pela estrada. Para que eu carregue meu caos em direção ao seu peito, meu, sem medo.
Abdiquei do medo de cumprir-me.
(Natália • Nunes)